São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2004

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Líder produziu armas para destruir governo

DA REDAÇÃO

Filho de um produtor de tatames, Chizuo Matsumoto, que mais tarde mudou seu nome para Shoko Asahara, nasceu cego de um olho. Sonhava se formar pela universidade de elite do Japão e se tornar premiê.
Após cursar uma escola para deficientes visuais, tentou vaga na Universidade de Tóquio. Fracassou. Aos 23, abriu uma clínica de acupuntura e, nos anos seguintes, vendeu remédios falsos. Mais tarde, abriu uma escola de ioga e, em 1986, teria viajado para a Índia para estudar hinduísmo e budismo.
Em 1987, fundou a Aum Shinrikyo (Verdade Suprema), que misturava hinduísmo, budismo e cristianismo. Dizia que o Japão seria destruído por um ataque nuclear dos EUA e que apenas seus seguidores se salvariam.
Três anos depois, Asahara e outros integrantes da seita tentaram se eleger para o Parlamento, mas perderam. Nos anos 90, a seita reuniu até 10 mil membros apenas no Japão, entre eles estudantes de universidades de alto nível.
Asahara exigia lealdade total de seus seguidores, que se submetiam a regras estritas de vida em comunidade e a rituais como beber a água usada em seu banho.
Aos poucos, pais denunciaram que seus filhos eram mantidos como prisioneiros. Um dos acusadores da seita foi morto, assim como sua mulher e o bebê do casal.
Em 20 de março de 1995, ocorreu o ataque com gás sarin no metrô de Tóquio. A polícia invadiu o QG da seita, no sopé do monte Fuji, e encontrou grandes quantidades de substâncias biológicas e químicas, como gás sarin, e armas convencionais que, segundo investigações, seriam utilizadas numa guerra contra o governo.
Em 16 de maio, Asahara foi descoberto escondido no QG da seita. Ele se recusou a fazer declarações sobre o atentado e, um ano após o início do julgamento, alegou ser inocente.
A Aum Shinrikyo foi colocada na ilegalidade, mas, desde então, mudou seu nome para Aleph. Seu novo líder, Fumihiro Joyu, afirma ter renunciado à violência, mas o governo a acompanha de perto. O Japão tem cerca de 200 mil pequenas seitas, algumas delas radicais.


Com agências internacionais

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