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Líder produziu armas para destruir governo
DA REDAÇÃO
Filho de um produtor de tatames, Chizuo Matsumoto, que
mais tarde mudou seu nome para
Shoko Asahara, nasceu cego de
um olho. Sonhava se formar pela
universidade de elite do Japão e se
tornar premiê.
Após cursar uma escola para
deficientes visuais, tentou vaga na
Universidade de Tóquio. Fracassou. Aos 23, abriu uma clínica de
acupuntura e, nos anos seguintes,
vendeu remédios falsos. Mais tarde, abriu uma escola de ioga e, em
1986, teria viajado para a Índia para estudar hinduísmo e budismo.
Em 1987, fundou a Aum Shinrikyo (Verdade Suprema), que
misturava hinduísmo, budismo e
cristianismo. Dizia que o Japão
seria destruído por um ataque nuclear dos EUA e que apenas seus
seguidores se salvariam.
Três anos depois, Asahara e outros integrantes da seita tentaram
se eleger para o Parlamento, mas
perderam. Nos anos 90, a seita
reuniu até 10 mil membros apenas no Japão, entre eles estudantes de universidades de alto nível.
Asahara exigia lealdade total de
seus seguidores, que se submetiam a regras estritas de vida em
comunidade e a rituais como beber a água usada em seu banho.
Aos poucos, pais denunciaram
que seus filhos eram mantidos como prisioneiros. Um dos acusadores da seita foi morto, assim como sua mulher e o bebê do casal.
Em 20 de março de 1995, ocorreu o ataque com gás sarin no metrô de Tóquio. A polícia invadiu o
QG da seita, no sopé do monte
Fuji, e encontrou grandes quantidades de substâncias biológicas e
químicas, como gás sarin, e armas
convencionais que, segundo investigações, seriam utilizadas numa guerra contra o governo.
Em 16 de maio, Asahara foi descoberto escondido no QG da seita. Ele se recusou a fazer declarações sobre o atentado e, um ano
após o início do julgamento, alegou ser inocente.
A Aum Shinrikyo foi colocada
na ilegalidade, mas, desde então,
mudou seu nome para Aleph. Seu
novo líder, Fumihiro Joyu, afirma
ter renunciado à violência, mas o
governo a acompanha de perto. O
Japão tem cerca de 200 mil pequenas seitas, algumas delas radicais.
Com agências internacionais
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