São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

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Colômbia anuncia compras de US$ 3,6 bi em armas

Aviões militares fazem parte de pacote de US$ 8,2 bi para próximos quatro anos

País nega que esteja em corrida armamentista com a Venezuela; EUA votam ajuda à Colômbia, sob escândalo do "paragate"

DA REDAÇÃO

O governo colombiano anunciou compras no valor de US$ 3,6 bilhões em aviões militares e equipamentos técnicos, além do aumento em 38.000 homens para as Forças Armadas (20 mil deles para a Polícia Nacional) como reforço à política de segurança.
O ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, explicou que os investimentos são para "consolidar" a política de "segurança democrática", lançada pelo presidente Álvaro Uribe em 2002. Uribe foi reeleito no ano passado para um segundo mandato de quatro anos.
Investimentos de US$ 8,2 bilhões para os próximos quatro anos foram aprovados na segunda-feira pelo Conselho Nacional de Política Econômica e Social. Além dos armamentos, o país investirá mais em serviços de inteligência.
"Não vamos entrar em uma corrida armamentista com nossos vizinhos", disse Santos, questionado sobre as compras de armamentos da vizinha Venezuela.
A Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez diz preparar o país para uma possível invasão americana, gastou US$ 4,3 bilhões em aviões e armamentos russos nos últimos dois anos. No final do ano passado, Chávez comprou da Rússia 24 aviões caças, 53 helicópteros e 100 mil fuzis Kalashnikov.
Os Estados Unidos proibiram terceiros países, como Brasil e Espanha, de vender armas e aviões com tecnologia americana à Venezuela.

Apoio americano
O governo colombiano recebe apoio financeiro e militar dos Estados Unidos, através do Plano Colômbia. Nos últimos quatro anos, os EUA deram US$ 3,7 bilhões ao país, em nome da cooperação para a erradicação de plantações de coca e do combate ao narcotráfico e à guerrilha.
Apesar da redução de seqüestros e da violência relacionada com a guerrilha, o país ainda é o maior produtor de cocaína do mundo -e a superfície cultivada não diminuiu.
O governo americano pediu autorização do Congresso para aprovar uma nova ajuda de US$ 3,9 bilhões para os próximos sete anos. Mas alguns parlamentares democratas demonstraram preocupação pelo escândalo conhecido como "paragate", que liga deputados próximos do governo de Uribe a grupos paramilitares de extrema direita, responsáveis por atrocidades no país.
Na semana passada, oito deputados da base governista foram presos por suas ligações com os paramilitares, incluindo um irmão da chanceler, obrigada a renunciar.
O ministro disse que serão adquiridos aviões médios e pesados e helicópteros, além de equipamento eletrônico, sem precisar modelos ou fornecedores, mas indicou que a compra obedecerá "às melhores ofertas". No ano passado, chegaram ao país os primeiros aviões de um grupo de 25 Super Tucanos, comprados da brasileira Embraer por US$ 234 milhões.
O Conselho de Política Econômica e Social aprovou um processo de execução "transparente" dos recursos, incluindo procedimentos de contratação de fornecedores e compra abertos. Também foi incluída a criação de uma comissão para controlar o uso dos fundos nos próximos quatro anos.


Com agências internacionais



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