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CATÁSTROFE NO CHILE
Brasileiros vivem tensão após tremor
Comunicações por telefone e internet com o país eram difíceis ontem; em nota, governo do Brasil oferece ajuda a vítimas
Itamaraty já disponibiliza telefones para informações sobre cidadãos brasileiros no Chile; embaixada no país foi interditada por danos
DA FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em estado de alerta, brasileiros presentes no Chile no momento do terremoto de ontem
narraram à Folha como enfrentaram a catástrofe. Até a
conclusão desta edição, não havia informações sobre brasileiros entre as vítimas do tremor.
Moradora de um prédio de
frente para a praia em Viña del
Mar (a cerca de 100 km de Santiago), Mariane Gusan, 25, afirmou por telefone estar pronta
para abandonar seu apartamento no caso de um tsunami
atingir a costa. Em meio ao susto de acordar com o terremoto,
ela ressalta o barulho das janelas do prédio se quebrando e
caindo em cima dos carros estacionados andares abaixo.
"Demorei para entender o que
estava acontecendo."
Gusan mora no Chile há quatro anos, onde trabalha como
analista de negócios.
Marcelo Sandoval, 24, disse
que vai dormir no pátio do seminário em que mora, em Santiago, enquanto aguarda notícias. "Há pessoas com colchões
na rua, com medo dos tremores", diz.
Pelo MSN, o músico Adriano
Cintra, da banda paulista CSS
-cujo show na praia, previsto
para ontem, foi cancelado-
disse estar preocupado com
seu retorno ao Brasil, agora
sem data por conta do fechamento do aeroporto.
Para a estudante Giovanna
Vendrasco, 23, que está em
Santiago a passeio com sua família, a situação dos voos era
também uma das principais
preocupações. "Muitos no nosso hotel tinham retorno ao
Brasil previsto para hoje". Hospedada no primeiro andar do
hotel, ela aguardou no saguão o
fim dos tremores secundários.
A estudante Julia Spina Bueno, 21, também teve de passar
um tempo no térreo do prédio
em que mora, em Santiago.
"Esperamos para ver se o tremor passava, mas ficou mais
forte", conta.
Já chilenos que estão no Brasil tiveram dificuldades para falar com familiares no Chile.
"Estou tentando por telefone e
internet, nada funciona", afirma Celina Fernández, 72, enfermeira em São Paulo. "Minha
filha e meu neto, que estão lá,
foram criados no Brasil e não
conhecem terremotos."
Itamaraty
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem ao GSI
(Gabinete de Segurança Institucional) e ao Itamaraty uma
avaliação da situação e das medidas de assistência que o Brasil pode adotar.
De acordo com o ministério,
o prédio da embaixada brasileira em Santiago chegou a ser interditado por causa de abalos
na estrutura, mas foi reaberto
novamente antes do fim do dia.
Todos os integrantes da representação diplomática brasileira, inclusive o embaixador Mário Vilalva, estão bem.
Segundo jorge Felix, ministro-chefe do GSI, provavelmente haverá um grande fluxo
de brasileiros em férias no Chile querendo retornar ao Brasil,
o que deverá exigir um reforço
de pessoal da área consular.
Em nota, o Itamaraty declarou que o governo brasileiro
"expressa sua disposição de
prestar ao governo e ao povo
chileno a assistência que se faça
necessária". A Embaixada e o
Consulado-Geral do Brasil em
Santiago, segundo a nota, já estão trabalhando para dar apoio
a brasileiros no Chile.
Um avião Legacy da Força
Aérea Brasileira decolou ontem de Brasília para levar o ministro da Justiça do Chile, Jorge Rui Toledo, que estava na capital brasileira, de volta a Santiago. O avião levou também
um diplomata brasileiro.
Informações referentes a cidadãos brasileiros no Chile poderão ser obtidas pelos telefones disponíveis acima.
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