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Mar de esgoto mata cinco na faixa de Gaza
Barragem cede e onda de sujeira destrói 200 casas, expondo frágil infra-estrutura do território palestino
DA REDAÇÃO
Um mar de sujeira destruiu
200 casas, matou cinco pessoas
e obrigou a população de uma
aldeia beduína no norte da faixa de Gaza a fugir, depois que o
dique de um imenso reservatório de esgoto ruiu.
A onda negra, que a imprensa
local qualificou de "tsunami de
esgoto", matou duas mulheres
de mais de 70 anos, dois bebês e
uma adolescente, além de destruir cerca de 200 casas e ferir
35 pessoas. "Isto é uma tragédia humana", disse o ministro
palestino de Trabalhos Públicos, Sameeh al-Abed.
Funcionários da Autoridade
Nacional Palestina culparam as
péssimas condições da infra-estrutura da faixa de Gaza e enviados da ONU disseram que a
organização vinha alertando
para o risco de uma catástrofe
há mais de dois anos.
"Desastre"
Moradores revoltados expulsaram jornalistas e hostilizaram autoridades. Seguranças
da comitiva do ministro do Interior, Hani Kawasmeh, tiveram que dar tiros para o alto para dispersar a multidão.
"Perdemos tudo. Tudo o que
tínhamos foi coberto pelo esgoto. É um desastre", disse Amina
Afif, 65, que teve o pequeno
barraco em que morava destruído pela onda.
Fadel Kawash, chefe da Autoridade Palestina de Águas,
disse que o nível de esgoto subiu nos últimos dias, minando
os diques de terra em volta do
reservatório até levar a seu colapso. Um estudo da ONU de
2004 já observara que o reservatório estava em sua capacidade máxima e advertira que a
inundação era inevitável, a não
ser que se construísse uma estação de tratamento de esgoto.
A aldeia beduína de Umm
Naser fica a cerca de 300 metros da fronteira com Israel,
numa região freqüentemente
usada por radicais palestinos
para disparar foguetes contra o
território israelense. O Exército israelense ofereceu ajuda
humanitária e técnica para limpar a área.
A população da aldeia foi retirada e ficará temporariamente em tendas. Mas o risco de
uma catástrofe sanitária permanece. "A situação é extremamente séria", disse Stuart Shepard, da missão da ONU em Gaza.
Com agências internacionais
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