São Paulo, quarta-feira, 28 de março de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mar de esgoto mata cinco na faixa de Gaza

Barragem cede e onda de sujeira destrói 200 casas, expondo frágil infra-estrutura do território palestino

DA REDAÇÃO

Um mar de sujeira destruiu 200 casas, matou cinco pessoas e obrigou a população de uma aldeia beduína no norte da faixa de Gaza a fugir, depois que o dique de um imenso reservatório de esgoto ruiu.
A onda negra, que a imprensa local qualificou de "tsunami de esgoto", matou duas mulheres de mais de 70 anos, dois bebês e uma adolescente, além de destruir cerca de 200 casas e ferir 35 pessoas. "Isto é uma tragédia humana", disse o ministro palestino de Trabalhos Públicos, Sameeh al-Abed.
Funcionários da Autoridade Nacional Palestina culparam as péssimas condições da infra-estrutura da faixa de Gaza e enviados da ONU disseram que a organização vinha alertando para o risco de uma catástrofe há mais de dois anos.

"Desastre"
Moradores revoltados expulsaram jornalistas e hostilizaram autoridades. Seguranças da comitiva do ministro do Interior, Hani Kawasmeh, tiveram que dar tiros para o alto para dispersar a multidão.
"Perdemos tudo. Tudo o que tínhamos foi coberto pelo esgoto. É um desastre", disse Amina Afif, 65, que teve o pequeno barraco em que morava destruído pela onda.
Fadel Kawash, chefe da Autoridade Palestina de Águas, disse que o nível de esgoto subiu nos últimos dias, minando os diques de terra em volta do reservatório até levar a seu colapso. Um estudo da ONU de 2004 já observara que o reservatório estava em sua capacidade máxima e advertira que a inundação era inevitável, a não ser que se construísse uma estação de tratamento de esgoto.
A aldeia beduína de Umm Naser fica a cerca de 300 metros da fronteira com Israel, numa região freqüentemente usada por radicais palestinos para disparar foguetes contra o território israelense. O Exército israelense ofereceu ajuda humanitária e técnica para limpar a área.
A população da aldeia foi retirada e ficará temporariamente em tendas. Mas o risco de uma catástrofe sanitária permanece. "A situação é extremamente séria", disse Stuart Shepard, da missão da ONU em Gaza.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Depois de "mão boba" de príncipe, brasileira fecha acordo e é capa do "Sun"
Próximo Texto: Rice obtém avanço modesto entre Israel e palestinos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.