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Urânio pertencia a contato das Farc, retifica Colômbia
Material encontrado está sob análise; Chávez ironiza
DA REDAÇÃO
O governo colombiano informou ontem que os 30 kg de urânio empobrecido encontrados
nos arredores de Bogotá passavam por análises técnicas para
determinar sua procedência
-o Ministério da Defesa havia
informado que o material pertencia às Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia),
mas depois retificou o dado dizendo que o urânio seria de um
"contato" da guerrilha.
"Esperamos que nos próximos dias nos informem sobre a
procedência do material que as
Farc tentavam conseguir desde
2005", disse anteontem o comandante das Forças Armadas,
Freddy Padilla de León.
Segundo o general, o material estava em Pasquilla, um vilarejo na zona metropolitana
de Bogotá, e foi encontrado graças à ajuda de informantes que
seriam próximos de "Belisario", nome que apareceria em
mensagens encontradas nos
computadores apreendidos de
Raúl Reyes, o número 2 da
guerrilha abatido em bombardeio no Equador.
Os militares colombianos
afirmam que a mensagem mostra a intenção das Farc de comprar urânio para atuar como
grupo terrorista internacional.
A guerrilha negou que tivesse
negociando o material.
O Departamento de Estado
dos EUA, aliados da Colômbia,
mostrou-se "profundamente
preocupado" com o tema. "Isso
frisa a ameaça terrorista das
Farc" à região, disse a porta-voz
Heide Bronke.
O urânio empobrecido é um
subproduto do processo de
enriquecimento de urânio (só
pelo método o elemento é capaz gerar energia; para fabricar
armas nucleares, é preciso um
alto grau de enriquecimento,
técnica dominada por um grupo seleto de países). Pela sua alta densidade, o urânio empobrecido pode ser usado para fabricar balas de alta penetração.
No Brasil, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, ironizou o achado. Chamou de "mágico" o computador de Raúl Reyes, "que dá para tudo".
O secretário-geral da OEA
(Organização dos Estados
Americanos), José Miguel Insulza, disse que tema não é uma
preocupação iminente. Afirmou que enviará no dia 10 um
"pequeno" grupo de monitoramento à fronteira entre Equador e Colômbia.
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