São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 2011

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"Erro de cálculo" força nova saída de usina nuclear

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Japão emitiu alerta ontem após o anúncio oficial de que a radiação na água de um reator em Fukushima estava 10 milhões de vezes acima do normal. Sob risco de contaminação, trabalhadores tiveram de deixar o local.
Até o final do dia, porém, foi dito que ocorrera um erro de cálculo. "Esse número não é crível", disse Takashi Kurita, o porta-voz da Tepco, empresa que gere a usina.
Novas amostras foram colhidas para teste, mas ainda não há previsão para a divulgação dos novos resultados.
Há água radioativa nos quatro reatores mais danificados de Fukushima, e a radiação na unidade 2 foi medida em mil milisieverts por hora. O valor está quatro vezes acima do limite considerado seguro pelo governo.
Se as medidas forem precisas, complicarão o trabalho de bombeamento de água nos reatores para esfriá-los.
Ainda não se sabe a origem da água radioativa, mas o porta-voz do governo, Yukio Edano, disse haver "quase certeza" de que vem do núcleo danificado de um reator.
Duas das seis unidades de Fukushima já são consideradas estáveis, mas as outras quatro continuam voláteis, emitindo fumaça às vezes.
"Infelizmente, não temos um cronograma para permitir que digamos em quantos meses ou anos [a crise terminará]", disse Sakae Muto, vice-presidente da Tepco.
O Estado de Nevada, nos EUA, afirmou ontem ter detectado quantidades inofensivas de radiação. A suspeita é que elas tenham saído da usina de Fukushima, já que são incomuns na região.
Califórnia, Colorado, Havaí e Washington também mediram partículas radioativas após o acidente no Japão.
Não há risco à saúde, segundo as autoridades, porque as partículas são dispersadas na atmosfera durante o trajeto pelo Pacífico. São 16 mil quilômetros de distância.
Traços de radiação atribuídos a Fukushima também foram detectados na povíncia de Heilongjiang, na China.

NOVO ALERTA
Na noite de ontem, houve um novo abalo de 6,5 graus na escala Richter no noroeste do Japão, detectado pelo Instituto de Geofísica dos EUA. Especialistas veem o sismo como uma réplica do tremor de 9 graus do dia 11 de março.
O anúncio gerou uma advertência de tsunami, com ondas de meio metro, para a província de Miyagi, uma das mais devastadas pelo terremoto de 17 dias atrás. A advertência corresponde a um grau de periculosidade menor que o alerta de tsunami.


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