São Paulo, sábado, 28 de abril de 2007

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Sauditas anunciam prisão de 172 ligados ao terror

Riad diz que militantes atacariam empresas petrolíferas e "figuras públicas"

Segundo governo da Arábia Saudita, detidos eram ligados à Al Qaeda e tinham consigo armas e cerca de US$ 5 milhões em dinheiro

DA REDAÇÃO

O governo da Arábia Saudita anunciou ontem a prisão de 172 pessoas, entre sauditas e estrangeiros, envolvidos no planejamento de ações terroristas.
De acordo com o Ministério do Interior saudita, os 172, militantes islâmicos, planejavam atacar "homens públicos, instalações petrolíferas, refinarias (...) e áreas militares" no país. Foram encontrados com eles diversos tipos de armas e munições, algumas escondidas no deserto, e mais de 20 milhões de riales sauditas em dinheiro -cerca de US$ 5 milhões.
De acordo com a agência de notícias Reuters, os detidos, que pertenciam a sete diferentes grupos, estavam ligados a Al Qaeda. A rede de TV americana CNN informou, citando uma fonte não revelada da inteligência saudita, que as prisões foram feitas ao longo de uma operação que levou nove meses.
"Alguns [dos 172 detidos] haviam começado treinamento para usar armas, alguns foram mandados a outros países para aprender a pilotar aviões a fim de se prepararem para usá-los em operações terroristas dentro do reino [da Arábia Saudita]", afirmou em declaração o ministro do Interior.
Ainda segundo a CNN, a maioria dos detidos é saudita, e os outros são de países árabes e africanos. A rede de TV Al Arabiya afirmou que alguns deles trabalhavam em companhias aéreas e empresas petrolíferas; entre os não-sauditas há iemenitas e nigerianos.
O Departamento de Estado dos EUA elogiou a ação, por meio do porta-voz Tom Casey. "Sempre que agem contra pessoas envolvidas em terrorismo é uma boa coisa", declarou.

Exibicionismo
Embora as redes de TV locais tenham mostrado ontem policiais cercando casas, estourando células e desenterrando armas, a notícia da megaoperação despertou suspeitas pelo menos em um diplomata do Ocidente ouvido pela Reuters.
Sem revelar o nome de sua fonte, a agência de notícias britânica afirmou que o diplomata acredita que muitos dos detidos não tenham papel relevante nos supostos planos terroristas. "Parece [que houve] um pequeno número de prisões importantes e muito exibicionismo", declarou a fonte.
Segundo apuração do jornal britânico "Financial Times", entre as prisões estão algumas já anunciadas anteriormente, de suspeitos no envolvimento da morte de quatro franceses, em fevereiro deste ano.
Militantes islâmicos ligados à Al Qaeda lançaram em 2003 uma campanha para tentar derrubar a monarquia saudita, executando ataques terroristas a instalações estrangeiras e do governo. Desde então, afirmam autoridades do reino, cerca de 144 pessoas, entre sauditas e estrangeiros, incluindo membros das forças de segurança do país, e 120 terroristas morreram em ataques e em confrontos com a polícia.
Em 2004, o terrorista saudita Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, conclamou militantes a atacarem instalações da indústria do petróleo no golfo Pérsico a fim de afetar os suprimentos do produto para o Ocidente.
A Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo, com cerca de 7 milhões de barris diários, e possui a quarta maior reserva do planeta.


Com agências internacionais


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