|
Próximo Texto | Índice
Austríaca pode ter sido refém sexual 24 anos
Elisabeth Fritzl, 42, e três filhos que teve com seu próprio pai e captor, foram libertados de cativeiro em Amstetten no sábado
À polícia, a mulher contou ter sido repetidamente violentada pelo pai, que lhe deu sete filhos; crianças não iam à escola ou ao médico
Helmut Stamberg/Associated Press
|
|
Casa onde ficava o cativeiro de Elisabeth Fritzl, em Amstetten
DA REDAÇÃO
Aparentando "grande perturbação" psicológica, a austríaca Elisabeth Fritzl, de 42
anos, contou à polícia ter sido
mantida prisioneira durante 24
anos por seu pai, Josef Fritzl,
que a violentou seguidamente e
lhe deu sete filhos.
Elisabeth, que estava desaparecida desde 29 de agosto de
1984, também declarou ter permanecido sedada durante o período do encarceramento, que
ocorreu num porão da casa do
pai, na cidade de Amstetten
(120 km a oeste de Viena).
Segundo a polícia, ela era
mantida prisioneira juntamente com três dos filhos, que não
recebiam atendimento médico
nem freqüentavam a escola. Tinham acesso apenas a roupas e
comida de tempos em tempos.
As outras três crianças eram
criadas pelo pai, hoje com 73
anos, que aparentemente convenceu sua mulher, Rosemarie,
de que elas foram abandonadas
por Elisabeth (em 1993, 1994 e
1997) na porta de casa, acompanhadas de uma carta. Rosemarie provavelmente não estava a
par do que ocorria.
Uma sétima criança morreu
pouco após o nascimento. Segundo o depoimento de Elisabeth à polícia, o pai teria incinerado o corpo. As outras seis
crianças têm hoje entre 5 e 20
anos.
Segundo a polícia da Baixa
Áustria, um mês antes de desaparecer, Elisabeth enviou uma
carta a seus pais pedindo para
que não a procurassem mais.
As autoridades suspeitavam de
que tivesse caído nas mãos de
alguma seita.
Franz Polzer, diretor do Departamento de Assuntos Criminais da Baixa Áustria, afirmou que Josef está sob custódia da polícia, mas não admitiu
ter cometido nenhum crime.
Serão feitos testes de DNA para
comprovar a paternidade.
A polícia localizou Elisabeth
e seu pai no sábado à noite, depois de ter seguido uma pista.
Josef havia libertado Elisabeth
e dois de seus três filhos, dizendo a sua mulher que a filha havia decidido voltar para eles.
Mas o caso só veio à tona depois que a mais velha, Kerstin,
foi internada no hospital de
Amstetten gravemente doente,
no final de semana retrasado, e
hoje está em situação crítica.
Teve início, então, "a busca
pela mãe, para procurar mais
detalhes sobre a garota". Elisabeth só concordou em falar depois que as autoridades lhe asseguraram que não teria mais
contato com o pai e que seus filhos estariam sob cuidados.
O cativeiro
A polícia descobriu ontem o
cativeiro. Ele é aberto por um
sistema elétrico, acionado por
um código secreto revelado por
Josef às autoridades. "Não há
um único cômodo, mas vários:
um para dormir, um para cozinhar, além de instalações sanitárias", disse Polzer.
Os vizinhos expressaram
horror com a história . "Para
mim, [Josef] era um homem
idoso, de cabelos grisalhos, que
olhava de vez em quando pela
janela", disse uma vizinha. A família "tinha uma piscina no jardim, e com freqüência ouvíamos as risadas" das três crianças, disse outra vizinha.
O caso Natascha
Há menos de dois anos, os
austríacos ficaram chocados
com o caso de Natascha Kampusch. Ela tinha dez anos quando foi seqüestrada em Viena ao
ir para a escola, em março de
1998. Ficou encarcerada em
um porão por oito anos e meio
por Wolfgang Priklopil, que
morava em um subúrbio tranqüilo da capital. Ele se jogou
diante de um trem horas depois
de Kampusch ter conseguido
escapar de seu cárcere.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Raúl Castro anuncia que vai aumentar pensões Índice
|