São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 2011

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Repressão mata ao menos 13 no Iêmen

Oposicionistas convocam campanha de desobediência civil pela saída imediata do ditador Ali Abdullah Saleh

Manifestantes rejeitam plano para renúncia do líder em 1 mês; equipe da ONU chega à Líbia para investigar abusos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Forças de segurança do Iêmen abriram fogo contra milhares de manifestantes antirregime em várias cidades do país ontem, matando pelo menos 12 pessoas na capital, Sanaa, e outra em Áden, de acordo com relatos locais.
Em Sanaa, as estimadas 100 mil pessoas que foram às ruas insistir na renúncia imediata do ditador Ali Abdullah Saleh, há 32 anos no poder, foram dispersadas com munição e gás lacrimogêneo.
Além dos mortos, cerca de 190 pessoas ficaram feridas.
Na portuária Áden, os confrontos entre forças do governo e manifestantes deixaram um morto e dezenas de feridos. Em Taiz, segunda maior cidade do país, também houve protestos -sem vítimas.
Os novos episódios de violência coincidem com o lançamento ontem, por parte dos manifestantes, de uma campanha de desobediência civil em ao menos 18 cidades iemenitas contra o ditador.
A oposição planeja fechar o comércio, escolas e órgãos oficiais duas vezes por semana até a renúncia de Saleh.
Oposicionistas rejeitam acordo -proposto pelos países do golfo- endossado no sábado pelo regime, que prevê a saída de Saleh em 30 dias após a sua assinatura.
O acordo foi aceito também pelos principais grupos de oposição a Saleh, que esperam assiná-lo nos próximos dias em encontro a ser realizado na Arábia Saudita.
Mas líderes da revolta popular contra Saleh não aceitam seus termos e temem uma manobra do ditador para se perpetuar no cargo.
Os protestos no Iêmen tiveram início em fevereiro, na esteira das revoltas que depuseram ditadores na Tunísia e no Egito. Mais de 130 pessoas já foram mortas.

LÍBIA E SÍRIA
Uma equipe da ONU desembarcou ontem na capital da Líbia, Trípoli, para investigar relatos de abusos praticados pelas forças leais ao ditador Muammar Gaddafi.
Em Misrata, um avião aliado bombardeou posições rebeldes por engano, matando 12 pessoas. Foi o terceiro episódio de "fogo-amigo", desde o início da campanha.
O embaixador americano na Líbia -retirado do país- disse ontem que os EUA estimam as mortes desde o início dos conflitos, há mais de dois meses, entre 10 mil e 30 mil.
Na Síria, mais de 200 membros do Partido Baath, do ditador Bashar Assad, renunciaram em protesto à violência contra manifestantes.
Desde meados de março, mais de 450 pessoas foram mortas, segundo um grupo de direitos humanos local.
Membros do Conselho de Segurança da ONU não obtiveram consenso ontem para aprovar uma resolução condenando a violência oficial.


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