São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Fed anuncia fim do plano de estímulos

Apesar da alta da inflação, Ben Bernanke indica que taxa de juros não vai subir antes do segundo semestre

Programa de recompra de títulos de US$ 600 bilhões, criticado pelo governo brasileiro, vai ser encerrado em junho

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

O presidente do Fed (banco central dos EUA), Ben Bernanke, sinalizou que o programa de US$ 600 bilhões de compra de títulos do Tesouro dos EUA vai chegar ao fim mesmo em junho e que uma nova rodada de aquisições não vai ocorrer.
Ele também indicou que um aumento de juros (a taxa está desde o fim de 2008 no menor patamar histórico) não deverá acontecer até o segundo semestre.
Bernanke reafirmou a avaliação de que a escalada da inflação é temporária. Embora tenha dito que o Fed está atento à alta dos preços -especialmente os alimentos e os combustíveis-, a taxa de juros não deve subir antes das próximas duas reuniões do banco, marcadas para junho e agosto.
Em comunicado, o Fed afirmou que "vai completar" em junho a aquisição de papéis da dívida do governo, como tinha anunciado em novembro do ano passado, quando iniciou o programa de afrouxamento monetário.
Para Bernanke, o programa foi um sucesso e só pode ser criticado por quem considerava que ele seria uma "panaceia", uma solução para todos os problemas da maior economia mundial.
"Fomos claros desde o início: embora considerássemos o plano um passo importante e numa hora importante, em que estávamos preocupados com um duplo mergulho [volta da recessão] e com a deflação, ele não era uma panaceia", disse na primeira coletiva de imprensa de um presidente do Fed. Ele prometeu manter a rotina de conceder outras entrevistas.
Questionado se pode ocorrer uma nova rodada de compra de papéis do Tesouro, Bernanke praticamente descartou a ideia.
"As consequências estão ficando menos atraentes neste momento. A inflação está mais alta."

CRÍTICAS
Antes do pronunciamento de Bernanke, o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, afirmou que esperava o afrouxamento monetário americano.
"Eu espero que ele nos diga que não vai fazer [política de expansão], de modo a que tenhamos uma perspectiva de diminuir esse fluxo de recursos que atrapalha vários países e causa inflação aqui no Brasil e em outros países emergentes."
Mantega foi um dos críticos mais veementes da política americana. Ao lado de outros emergentes, o Brasil considera que essa política incentiva a desvalorização do dólar (o que tira competitividade do setor exportador) e colabora para a alta das commodities, fazendo a inflação se acelerar.
O discurso de Bernanke animou os mercados. O dólar caiu ante as principais moedas do mundo. O ouro avançou 1,8%, batendo novo recorde: US$ 1,530 a onça.

Colaborou a Sucursal de Brasília


Texto Anterior: Confidente de Diana fica fora de lista
Próximo Texto: Foco: Polônia vê a beatificação como final de Copa

Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.