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JUSTIÇA
Numa corte de Kansas, Rader conta calmamente os detalhes de dez assassinatos
Assassino confessa crimes em série
DA REDAÇÃO
O norte-americano Dennis Rader, 60, acusado de cometer assassinatos em série, confessou ontem
ao juiz do condado de Sedgwick
(Estado de Kansas), ter matado
dez pessoas.
Rader, que agia com o nome de
BTK ("bind, torture, kill"
-"amarrar, torturar, matar", em
inglês) e espalhou medo entre os
habitantes da cidade de Wichita
entre 1974 e 1991, confessou com a
voz inalterada e em detalhes os
crimes, que disse cometer para
"satisfazer suas fantasias sexuais".
O ex-presidente do conselho da
Igreja Luterana de Wichita e ex-chefe de escoteiros contou à corte
como procurava vítimas em seu
tempo livre e que carregava consigo uma maleta contendo cordas e
outros utensílios para as atacar.
Rader cometeu seus primeiros
assassinatos em janeiro de 1974.
Ele matou um casal, Joseph e Julie
Otero, e seus filhos, Josephine, 11,
e Joseph 2º, 9. Sobre o crime, o réu
contou que cortou a linha de telefone da casa dos Oteros, chegou
pela porta dos fundos e disse à família que estava passando fome e
precisava de um carro, pois era
procurado pela polícia. "A família
toda entrou em pânico por minha
causa; eu agi bem rápido", disse,
contando que os amarrou e asfixiou por estrangulamento ou cobrindo suas cabeças com sacos
plásticos.
"Se vocês leram bastante sobre
assassinos em série", disse Rader
à corte, "[sabem] que eles passam
por diferentes fases." "Na fase da
procura", afirmou, "você pode
tentar achar uma vítima por meses ou anos; mas, quando você encontra aquela pessoa, você vira
um "stalker" [alguém que persegue fixamente uma vítima para
abordá-la]."
Dennis Rader enviava mensagens cifradas e fotos das pessoas
que havia matado à imprensa e à
polícia, que nunca o identificaram. Em 2004, após anos de silêncio, ele enviou uma mensagem ao
jornal "Wichita Eagle", junto com
fotos de uma mulher que matou
em 1986. Depois dessa seguiram
outras mensagens, e finalmente a
polícia o achou, rastreando a origem de um disquete mandado
por ele. Rader foi preso em fevereiro deste ano.
Mesmo tendo confessado os crimes, Dennis Rader não será executado, pois o Estado de Kansas
não havia ainda reinstituído a pena de morte quando dos assassinatos. Sua sentença será proferida
em 17 de agosto, e ele pode passar
o resto da vida na prisão.
Com agências internacionais
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