São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2005

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JUSTIÇA

Numa corte de Kansas, Rader conta calmamente os detalhes de dez assassinatos

Assassino confessa crimes em série

DA REDAÇÃO

O norte-americano Dennis Rader, 60, acusado de cometer assassinatos em série, confessou ontem ao juiz do condado de Sedgwick (Estado de Kansas), ter matado dez pessoas.
Rader, que agia com o nome de BTK ("bind, torture, kill" -"amarrar, torturar, matar", em inglês) e espalhou medo entre os habitantes da cidade de Wichita entre 1974 e 1991, confessou com a voz inalterada e em detalhes os crimes, que disse cometer para "satisfazer suas fantasias sexuais".
O ex-presidente do conselho da Igreja Luterana de Wichita e ex-chefe de escoteiros contou à corte como procurava vítimas em seu tempo livre e que carregava consigo uma maleta contendo cordas e outros utensílios para as atacar.
Rader cometeu seus primeiros assassinatos em janeiro de 1974. Ele matou um casal, Joseph e Julie Otero, e seus filhos, Josephine, 11, e Joseph 2º, 9. Sobre o crime, o réu contou que cortou a linha de telefone da casa dos Oteros, chegou pela porta dos fundos e disse à família que estava passando fome e precisava de um carro, pois era procurado pela polícia. "A família toda entrou em pânico por minha causa; eu agi bem rápido", disse, contando que os amarrou e asfixiou por estrangulamento ou cobrindo suas cabeças com sacos plásticos.
"Se vocês leram bastante sobre assassinos em série", disse Rader à corte, "[sabem] que eles passam por diferentes fases." "Na fase da procura", afirmou, "você pode tentar achar uma vítima por meses ou anos; mas, quando você encontra aquela pessoa, você vira um "stalker" [alguém que persegue fixamente uma vítima para abordá-la]."
Dennis Rader enviava mensagens cifradas e fotos das pessoas que havia matado à imprensa e à polícia, que nunca o identificaram. Em 2004, após anos de silêncio, ele enviou uma mensagem ao jornal "Wichita Eagle", junto com fotos de uma mulher que matou em 1986. Depois dessa seguiram outras mensagens, e finalmente a polícia o achou, rastreando a origem de um disquete mandado por ele. Rader foi preso em fevereiro deste ano.
Mesmo tendo confessado os crimes, Dennis Rader não será executado, pois o Estado de Kansas não havia ainda reinstituído a pena de morte quando dos assassinatos. Sua sentença será proferida em 17 de agosto, e ele pode passar o resto da vida na prisão.


Com agências internacionais

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