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Abin cria postos na Colombia, na Venezuela e na Argentina
Paraguai e Bolívia são os próximos; China é possibilidade
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recriou ontem três
postos de inteligência no exterior, nomeando analistas da
Abin (Agência Brasileira de Inteligência) como adidos civis
nas embaixadas em Bogotá, Caracas e Buenos Aires. Os postos
foram fechados na década de
1980, quando ainda pertenciam
ao antigo SNI (Serviço Nacional de Informações).
Além desses três postos iniciais também serão nomeados
analistas para o Paraguai e a
Bolívia nos próximos dias, segundo apurou a Folha. Os adidos foram escolhidos em concurso interno da agência.
A assinatura de Lula nas nomeações reflete o propósito de
sua gestão -em vez de fiscalizar subversivos ou ameaças internas, o presidente petista defende uma ação internacional
da Abin em assuntos-chave como combate ao terrorismo, crimes transnacionais e alguns temas de segurança nacional. Há
a idéia, ainda, de criar um posto
da agência na China.
A nomeação dos três analistas foi publicada na edição de
ontem do "Diário Oficial" da
União. Não foram divulgados
os nomes, apenas as matrículas, como de praxe, para a proteção da identidade dos servidores.
A criação dos três postos
também visa tornar oficial para
os países vizinhos a atuação de
arapongas brasileiros. Hoje
eles já atuam em território estrangeiro, mas sempre sob disfarce. A medida é comum na
região: espiões argentinos disfarçados no Brasil já foram
identificados pela contra-inteligência da Abin.
Os três primeiros adidos civis trabalharão como oficiais
de ligação com os serviços de
inteligência estrangeiros. Para
isso tiveram seus perfis investigados e receberam agréement
dos governos argentino, colombiano e venezuelano.
O Ministério das Relações
Exteriores sempre resistiu à
presença de analistas da Abin
nas embaixadas, por temer que
eles investigassem os diplomatas brasileiros. Desta vez, porém, a operação foi conduzida
sob acompanhamento do Itamaraty, com foco prioritário
em ações de cooperação com
países vizinhos para o combate
ao tráfico de drogas e humano.
Ontem, a assessoria de imprensa informou que o ministério vê com naturalidade as
nomeações. A assessoria justificou a necessidade de profissionais especializados, para
que analistas da Abin façam ligação com outros serviços de
inteligência estrangeiros.
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