São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2007

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Abin cria postos na Colombia, na Venezuela e na Argentina

Paraguai e Bolívia são os próximos; China é possibilidade

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recriou ontem três postos de inteligência no exterior, nomeando analistas da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) como adidos civis nas embaixadas em Bogotá, Caracas e Buenos Aires. Os postos foram fechados na década de 1980, quando ainda pertenciam ao antigo SNI (Serviço Nacional de Informações).
Além desses três postos iniciais também serão nomeados analistas para o Paraguai e a Bolívia nos próximos dias, segundo apurou a Folha. Os adidos foram escolhidos em concurso interno da agência.
A assinatura de Lula nas nomeações reflete o propósito de sua gestão -em vez de fiscalizar subversivos ou ameaças internas, o presidente petista defende uma ação internacional da Abin em assuntos-chave como combate ao terrorismo, crimes transnacionais e alguns temas de segurança nacional. Há a idéia, ainda, de criar um posto da agência na China.
A nomeação dos três analistas foi publicada na edição de ontem do "Diário Oficial" da União. Não foram divulgados os nomes, apenas as matrículas, como de praxe, para a proteção da identidade dos servidores.
A criação dos três postos também visa tornar oficial para os países vizinhos a atuação de arapongas brasileiros. Hoje eles já atuam em território estrangeiro, mas sempre sob disfarce. A medida é comum na região: espiões argentinos disfarçados no Brasil já foram identificados pela contra-inteligência da Abin.
Os três primeiros adidos civis trabalharão como oficiais de ligação com os serviços de inteligência estrangeiros. Para isso tiveram seus perfis investigados e receberam agréement dos governos argentino, colombiano e venezuelano.
O Ministério das Relações Exteriores sempre resistiu à presença de analistas da Abin nas embaixadas, por temer que eles investigassem os diplomatas brasileiros. Desta vez, porém, a operação foi conduzida sob acompanhamento do Itamaraty, com foco prioritário em ações de cooperação com países vizinhos para o combate ao tráfico de drogas e humano.
Ontem, a assessoria de imprensa informou que o ministério vê com naturalidade as nomeações. A assessoria justificou a necessidade de profissionais especializados, para que analistas da Abin façam ligação com outros serviços de inteligência estrangeiros.


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