São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2007

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Corte de gasolina afeta popularidade de Ahmadinejad

Presidente do Irã frustra população e vê política de manter subsídio do governo ao preço dos combustíveis fracassar

Em país com reservas, mas com baixa capacidade de refino, Parlamento reduziu a importação para conter despesa; protestos eclodem

DA REDAÇÃO

Além dos estragos causados por tumultos e protestos nas ruas de Teerã na noite de anteontem, em virtude do racionamento de combustível anunciado pelo governo iraniano, a já abalada popularidade do presidente Mahmoud Ahmadinejad também sofreu danos.
"O presidente Ahmadinejad deveria ser morto", gritavam jovens após o anúncio do racionamento. Antes que a polícia tomasse conta da situação, 12 postos de gasolina haviam sido incendiados em Teerã. Nos tumultos, bancos e semáforos também foram depredados.
Tendo prometido em sua campanha dividir com a população a receita da exportação de petróleo, recentemente Ahmadinejad começou a encarar o custo disso. O Irã tem de importar cerca de 40% do combustível que consome, por carecer de capacidade de refinamento de petróleo apesar de sua imensa reserva, e subsidia o produto -sua gasolina é uma das mais baratas do mundo (equivale a R$ 0,22 o litro).
Para diminuir os gastos, o Parlamento neste ano autorizou uma cota menor de importação do produto -de US$ 2,5 bilhões, em vez dos US$ 4,9 bilhões de 2006. A medida visa preparar o país para eventuais sanções da ONU que afetem o fluxo de importação, devido ao programa nuclear do Irã, mas também dar conta de gastos prometidos por Ahmadinejad ou que estavam nos planos para ajudar o governo nas próximas eleições -parlamentares em 2008 e presidenciais em 2009.
O racionamento que entrou em vigor ontem revoltou a população. O quarto maior país produtor mundial de petróleo descobriu que não haverá riqueza do petróleo para dividir, mas custo a compartilhar.


Com agências internacionais e o "Financial Times"


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