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Corte de gasolina afeta popularidade de Ahmadinejad
Presidente do Irã frustra população e vê política de manter subsídio do governo ao preço dos combustíveis fracassar
Em país com reservas, mas com baixa capacidade de refino, Parlamento reduziu a importação para conter despesa; protestos eclodem
DA REDAÇÃO
Além dos estragos causados
por tumultos e protestos nas
ruas de Teerã na noite de anteontem, em virtude do racionamento de combustível anunciado pelo governo iraniano, a
já abalada popularidade do presidente Mahmoud Ahmadinejad também sofreu danos.
"O presidente Ahmadinejad
deveria ser morto", gritavam
jovens após o anúncio do racionamento. Antes que a polícia
tomasse conta da situação, 12
postos de gasolina haviam sido
incendiados em Teerã. Nos tumultos, bancos e semáforos
também foram depredados.
Tendo prometido em sua
campanha dividir com a população a receita da exportação de
petróleo, recentemente Ahmadinejad começou a encarar o
custo disso. O Irã tem de importar cerca de 40% do combustível que consome, por carecer de capacidade de refinamento de petróleo apesar de
sua imensa reserva, e subsidia o
produto -sua gasolina é uma
das mais baratas do mundo
(equivale a R$ 0,22 o litro).
Para diminuir os gastos, o
Parlamento neste ano autorizou uma cota menor de importação do produto -de US$ 2,5
bilhões, em vez dos US$ 4,9 bilhões de 2006. A medida visa
preparar o país para eventuais
sanções da ONU que afetem o
fluxo de importação, devido ao
programa nuclear do Irã, mas
também dar conta de gastos
prometidos por Ahmadinejad
ou que estavam nos planos para
ajudar o governo nas próximas
eleições -parlamentares em
2008 e presidenciais em 2009.
O racionamento que entrou
em vigor ontem revoltou a população. O quarto maior país
produtor mundial de petróleo
descobriu que não haverá riqueza do petróleo para dividir,
mas custo a compartilhar.
Com agências internacionais e
o "Financial Times"
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