São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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PARCERIA ESTRATÉGICA

Rússia e UE selam acordo, mas divergências persistem

DA REDAÇÃO

Em sua primeira cúpula com a União Européia (UE), o novo presidente russo, Dmitri Medvedev, concordou ontem em abrir um "novo capítulo" na relação com os líderes europeus, com quem assinou um pacto de cooperação estratégica que substitui o anterior, de 1997.
O encontro, essencialmente político, antecede uma reunião que acontecerá em Bruxelas no dia 4 de julho, quando Rússia e UE abordarão os aspectos práticos de uma nova parceria cujos contornos ainda são vagos.
Analistas e participantes do encontro elogiaram o clima amistoso que reinou na cúpula de Khanty-Mansiik, próspera cidade petrolífera na Sibéria, contrastando com a tensão que marcou a cúpula anterior, em 2007, quando o então presidente russo, Vladimir Putin, trocou farpas com europeus sobre direitos humanos.
Mas apesar da aparente distensão, Rússia e UE terão dificuldade em definir o conteúdo do acordo , já que fortes divergências persistem.
Na área energética, a UE, cada vez mais dependente do gás e petróleo russos, não consegue convencer Moscou a abrir o setor. O Kremlin só aceita investimentos controlados por suas estatais.
Já a Rússia pressiona a UE para ter mais acesso aos mercados energéticos europeus.
Outro tema de discussão é um "pacto de segurança" que Medvedev, presidente desde março, pretende implementar na Europa para, segundo ele, "diminuir a dependência dos europeus em relação aos EUA" na área militar. A UE não compartilha da idéia.
O russo também criticou os planos dos EUA para a instalação de um escudo antimísseis na Polônia e República Tcheca - membros do bloco que já estiveram na esfera de influência soviética- e pediu que a segurança européia não seja deixada a cargo de outros países.
Destoando do tom oficial, um diplomata europeu disse que os temas para debate entre UE e Rússia continuam na mesa, agora sem a truculência de Putin.


Com agências internacionais


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