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Graziano diz que alta alimentar seguirá
Brasileiro eleito diretor-geral da FAO promete ajuda aos países mais afetados pelo aumento das commodities
Ele reconheceu haver divergências profundas entre países do Norte e do Sul do planeta , mas pediu "acordo mínimo"
ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO
Um dia após ser eleito para comandar a agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano trouxe previsões não muito animadoras sobre o futuro dos preços dos alimentos. Segundo ele, o cenário atual de valores exorbitantes "não é um desequilíbrio temporário", e os preços devem permanecer elevados "por vários anos".
"Enquanto a situação financeira mundial não se estabilizar, os preços dos bens de primeira necessidade vão refletir isso", disse Graziano, em coletiva de imprensa, em Roma. Ele, contudo, prometeu ajuda aos países mais afetados pelos altos preços das commodities.
Graziano aproveitou o momento para condenar o monopólio das multinacionais sobre as sementes, "que são um bem da humanidade", e para defender o etanol brasileiro. "A cana de açúcar produzida no Brasil para o etanol não entra em competição com a produção de grãos e não tem impactos ambientais", disse.
Ele ainda tentou minimizar os temores de um racha na FAO entre os países do Sul e do Norte após a acirrada votação do domingo. "Devemos alcançar um acordo mínimo para não paralisar a organização", disse, reconhecendo que há "divergências profundas" entre os dois grupos.
No programa "Café com a Presidenta", Dilma Rousseff reforçou a ideia de que a vitória de Graziano foi um "reconhecimento" do papel do Brasil no combate à fome. "O governo brasileiro demonstrou, nas suas políticas, que é preciso que o alimento chegue a todos", afirmou.
A presidente afirmou queGraziano terá "todo o apoio do governo brasileiro" para levar soluções para o órgão.
Segundo o Itamaraty, ainda é cedo para saber como será essa ajuda e se haverá um apoio do quadro de diplomatas para compor a equipe de Graziano. Ele terá até dezembro para formar o gabinete, e estaria preocupado em não ofuscar o senegalês Jacques Diouf enquanto este estiver no posto. O brasileiro assume em 1º de janeiro de 2012.
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