São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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Escritoras trabalharam como babás

DE NOVA YORK

Nicola Kraus e Emma McLaughlin, ambas de 28 anos, começaram a trabalhar de babás para pais ricos do Upper East Side, em Nova York, como maneira de ajudar a pagar a faculdade. Uma delas conhecia alguém, que indicou para outro e assim foi.
No final, as duas dizem ter cuidado das crianças de mais de 40 famílias. Nos intervalos das jornadas, quando trocavam impressões dos hábitos e costumes dos bem-nascidos e bem-criados nova-iorquinos, viram que existia aí um livro. Acontece que, além de peculiares, seus ex-patrões também são clientes dos melhores escritórios de advocacia do mundo.
Foi então que tiveram a idéia de escrever uma obra "de ficção" sobre o casal X, pais do pequeno Grayer, 4, moradores de um número inexistente da Park Avenue, em Manhattan, e a babá que vai trabalhar para eles, chamada simplesmente de Babá. Nascia assim "The Nanny Diaries", o maior sucesso literário do ano.
A sra. X guarda sua lingerie uma a uma em saquinhos plásticos fechados a vácuo e nunca é vista comendo. O sr. X trabalha no mercado financeiro, tem amantes e nunca aparece. Tanto que a Babá só o conhece depois de dois meses cuidando do filho.
Ambos negligenciam Grayer o quanto podem. A sra. X chega ao absurdo de definir o prato preferido do filho de acordo com sua dieta. "Ele adora beterraba cozida a vapor e rabanetes", diz no primeiro dia de trabalho da Babá.
O voyeurismo de classes levou o livro à lista dos mais vendidos do jornal "The New York Times", onde permanece, 13 semanas e 650 mil exemplares depois. Os direitos de tradução foram vendidos para 28 países, assim como o de adaptação para cinema. (SD)


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