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COMEMORAÇÃO
Em discurso dos 50 anos do ataque a Moncada, o ditador Fidel Castro critica "antigas potências coloniais"
Cuba renuncia a qualquer auxílio da União Européia
DA REDAÇÃO
O ditador cubano, Fidel Castro,
fechou as portas ao diálogo e à
cooperação com a União Européia (UE). A decisão foi lamentada ontem pelo Comitê Executivo
da UE em Bruxelas e despertou
novas preocupações nos setores
dissidentes internos.
"O governo de Cuba, por questões de dignidade, renuncia qualquer tipo de ajuda ou resto de ajuda humanitária que possa ser oferecida pela comissão e pelos governos da União Européia",
anunciou Fidel em discurso, em
Santiago de Cuba, durante a comemoração dos 50 anos do ataque ao quartel de Moncada, ação
que deu início à revolução.
No último mês de junho, a UE
aprovou quatro medidas de represália contra Cuba devido à prisão de 75 dissidentes e fuzilamento sumário de três pessoas durante o sequestro de uma lancha de
passageiros, ocorrido em abril
passado.
Entre as medidas da UE, havia a
limitação das visitas governamentais, o convite a dissidentes
para celebração de festas nacionais, a redução de patrocínio cultural e a revisão da posição que
condiciona a cooperação econômica em intercâmbios democráticos à observação dos direitos
humanos em Cuba.
"É falta de dignidade pretender
pressionar e intimidar Cuba com
essas medidas", disse Fidel durante um discurso inflamado de
70 minutos a 10 mil convidados.
Os chanceleres dos 15 países da
UE reuniram-se em 20 de julho
para ratificar a posição comum
sobre a ilha, mas decidiram manter o diálogo político "com a finalidade de promover uma busca
mais eficiente do objetivo da posição comum".
"A União Européia se ilude
quando afirma que o diálogo político deve prosseguir. A soberania
e a dignidade de um povo não são
discutidas com ninguém, muito
menos com antigas potências coloniais", afirmou Fidel.
O líder cubano acrescentou que
"o diálogo deve ser público em fóruns internacionais e para discutir os graves problemas que ameaçam o mundo".
"Não vamos tentar discutir os
princípios da União ou desunião
Européia. Em Cuba, eles vão encontrar um país que não acata a
amos, não aceita ameaças, não
pede esmola e não carece de valor
para dizer a verdade."
Em Bruxelas, o Comitê Executivo da UE anunciou em um comunicado, ontem, que "lamenta as
declarações" de Fidel e que "a Comissão Européia deseja sublinhar, no entanto, seu compromisso para continuar dando respaldo ao povo cubano, em particular aos mais carentes".
A resposta da UE foi qualificada
de "alentadora" pelo ativista Elizardo Sánchez. "É alentador que a
UE ratifique sua vontade de ajudar a população cubana, apesar
da retórica do governo de Fidel."
Com agências internacionais
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