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LIBÉRIA
Presidente diz que mais de mil pessoas já morreram
Rebeldes recusam proposta de retirada feita pelos americanos
MATTHEW TOSTEVIN
DA REUTERS
Bombas foram lançadas por
morteiros ontem, no centro de
Monróvia, capital da Libéria, matando pelo menos 13 pessoas.
Houve também uma pesada troca
de tiros ao redor de duas pontes
que levam ao centro da cidade. Os
rebeldes liberianos rejeitaram os
pedidos norte-americanos de retirada da capital.
Os combates ao entardecer fizeram com que milhares de pessoas
corressem aterrorizadas, tentando encontrar abrigo em algum lugar que pudesse protegê-las das
bombas. Segundo os comerciantes, há pouca comida na cidade
que está cercada há nove dias.
"Os morteiros são os mais apavorantes, porque, quando uma
bomba cai, alguém morre. As balas perdidas atingem você quando
você consegue alguma coisa para
comer", disse Mabel Fehn. "Alguém precisa parar com isso",
afirmou ela, enquanto amamentava seu bebê em um porão iluminado por velas.
A esperança dos moradores é
que os rebeldes atendam aos pedidos de cessar-fogo e para abandonar a cidade, feitos no domingo
pelo embaixador norte-americano, John Blaney. Ele afirmou que
o governo do presidente Charles
Taylor já havia aceitado a proposta de usar o rio Po, a 12 km dos limites da capital, como uma linha
de demarcação e encorajava que
os rebeldes fizessem o mesmo.
O líder rebelde Sekou Conneh
disse, porém, que seus combatentes permaneceriam na capital até
a chegada das forças de paz. "Por
que eu deveria recuar? Estamos
ocupando posições para as forças
de paz, não para Taylor", disse
Conneh, presidente da Lurd (Liberians United for Reconciliation
and Democracy), maior grupo rebelde do país.
Morteiros
Moradores e soldados afirmaram que pelo menos 13 pessoas
foram mortas em um bombardeio com morteiros na região
central de Monróvia. Dois outros
foram mortos em um ataque noturno na região de uma igreja que
havia sido atingida no sábado.
O chefe das Forças Armadas
disse que seus soldados empurraram os rebeldes para o outro lado
de duas pontes que levam ao centro da cidade, onde os confrontos
ocorrem desde que os rebeldes
iniciaram sua última ação em Monróvia -o terceiro em dois meses-, no último sábado.
Segundo o presidente Taylor,
mais de mil pessoas foram mortas
nesse terceiro ataque rebelde. A
Libéria, que foi fundada em 1847
por ex-escravos americanos, tornou-se um palco anárquico de
atiradores, alguns deles ainda
crianças, e de ódios tribais.
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