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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003

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LIBÉRIA

Presidente diz que mais de mil pessoas já morreram

Rebeldes recusam proposta de retirada feita pelos americanos

MATTHEW TOSTEVIN
DA REUTERS

Bombas foram lançadas por morteiros ontem, no centro de Monróvia, capital da Libéria, matando pelo menos 13 pessoas. Houve também uma pesada troca de tiros ao redor de duas pontes que levam ao centro da cidade. Os rebeldes liberianos rejeitaram os pedidos norte-americanos de retirada da capital.
Os combates ao entardecer fizeram com que milhares de pessoas corressem aterrorizadas, tentando encontrar abrigo em algum lugar que pudesse protegê-las das bombas. Segundo os comerciantes, há pouca comida na cidade que está cercada há nove dias.
"Os morteiros são os mais apavorantes, porque, quando uma bomba cai, alguém morre. As balas perdidas atingem você quando você consegue alguma coisa para comer", disse Mabel Fehn. "Alguém precisa parar com isso", afirmou ela, enquanto amamentava seu bebê em um porão iluminado por velas.
A esperança dos moradores é que os rebeldes atendam aos pedidos de cessar-fogo e para abandonar a cidade, feitos no domingo pelo embaixador norte-americano, John Blaney. Ele afirmou que o governo do presidente Charles Taylor já havia aceitado a proposta de usar o rio Po, a 12 km dos limites da capital, como uma linha de demarcação e encorajava que os rebeldes fizessem o mesmo.
O líder rebelde Sekou Conneh disse, porém, que seus combatentes permaneceriam na capital até a chegada das forças de paz. "Por que eu deveria recuar? Estamos ocupando posições para as forças de paz, não para Taylor", disse Conneh, presidente da Lurd (Liberians United for Reconciliation and Democracy), maior grupo rebelde do país.

Morteiros
Moradores e soldados afirmaram que pelo menos 13 pessoas foram mortas em um bombardeio com morteiros na região central de Monróvia. Dois outros foram mortos em um ataque noturno na região de uma igreja que havia sido atingida no sábado.
O chefe das Forças Armadas disse que seus soldados empurraram os rebeldes para o outro lado de duas pontes que levam ao centro da cidade, onde os confrontos ocorrem desde que os rebeldes iniciaram sua última ação em Monróvia -o terceiro em dois meses-, no último sábado.
Segundo o presidente Taylor, mais de mil pessoas foram mortas nesse terceiro ataque rebelde. A Libéria, que foi fundada em 1847 por ex-escravos americanos, tornou-se um palco anárquico de atiradores, alguns deles ainda crianças, e de ódios tribais.


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