ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em conversa por telefone com a família de Jean Charles de Menezes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que achou "muito errado" o que ocorreu com o jovem, morto por engano por agentes da polícia britânica. Lula falou da importância de a família receber uma indenização.
A conversa com o pai de Jean, Matozinhos Otônio da Silva, o irmão, Giovani, e com familiares próximos ocorreu ontem às 10h15. Durou cerca de dez minutos. Maria da Conceição Oliveira, prima de Matozinhos, contou à Folha que a atenção dada pelo presidente surpreendeu a família. "Ele [Matozinhos] não chegou a ficar contente porque, nesta hora, não há o que nos alegre, mas gostou de ouvir que Lula achou errado o que aconteceu", disse.
Assessores do presidente haviam tentado promover o telefonema aos pais do jovem no final da tarde de terça-feira. Como a casa da família, em Gonzaga (MG), não tem telefone, o contato foi feito com um vizinho, que precisou ir de moto até a residência dos pais de Jean para chamá-los. Eles acabaram combinando a conversa para a manhã de ontem, antes da viagem de Lula para o Rio Grande do Sul.
Segundo os familiares, Lula enfatizou a necessidade de uma reparação financeira porque o "rapaz era arrimo de família".
O Palácio do Planalto informou que o presidente apresentou suas "condolências pela tragédia" e informou que o governo já havia tomado as providências para o traslado do corpo em um avião da FAB até Governador Valadares (MG). O governo britânico se encarregou da liberação do corpo e arcou com as despesas.
Lula disse à família que o governo brasileiro expressou às autoridades inglesas "estranheza" pela forma como o jovem foi morto. A família ouviu de Lula que o governo britânico pediu formalmente desculpas à família e ao país.


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