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AMÉRICA LATINA
EUA e Paraguai negam existência de base
EUA utilizam bases militares para frear latino-americanos, diz Fidel
DA REDAÇÃO
Durante as comemorações do
52º aniversário do início da Revolução Cubana, o ditador Fidel
Castro declarou ontem que os
EUA estão criando um "dispositivo militar" intervencionista para
"frear" o movimento político na
América Latina.
Em discurso de quatro horas
realizado no teatro Karl Marx, em
Havana, Fidel afirmou que Wa-
shington "anda buscando bases e
criando dispositivos militares
porque crê que pode frear a América Latina com armas" e "necessita de uma base contra os latino-americanos e contra qualquer
processo político revolucionário
na América Latina".
A afirmação foi feita em referência à recente aprovação, pelo
Congresso do Paraguai, do envio
de 13 missões militares americanas ao país até o final de 2006. Pelo acordo, os militares terão o direito de entrar no país com imunidade diplomática e sem ter de
passar por controles aduaneiros.
As missões incluem atividades
de assistência médica em áreas
pobres e treinamento antiterrorista e antinarcotráfico.
A aprovação do acordo causou
preocupação nos países vizinhos.
Diversos jornais da região chegaram a publicar que os EUA estabeleceriam uma base militar permanente no Paraguai, com a chegada imediata de até 500 militares, o que foi negado pelas autoridades americanas e paraguaias.
"Que fazem ali? Por acaso há
uma nova União Soviética ao lado
do Paraguai? Para que querem
uma base? Quem vão bombardear?", perguntou o ditador cubano à platéia de 5.000 pessoas.
Fidel enfatizou que essa política
"reflete uma mentalidade intervencionista" e os propósitos americanos de "intervir na Bolívia
quando necessário e de intervir
inclusive no Brasil".
Trajando seu tradicional uniforme verde-oliva, Fidel -que completará 79 anos em duas semanas,
46 deles no poder- acusou Washington de alimentar a dissidência interna no país, à qual disse
que "não irá tolerar provocações".
"A administração Bush encarna
o mais repugnante e sinistro ódio
contra um povo digno e heróico",
disse. "Bush e sua máfia investiram mais de US$ 100 milhões para promover a subversão e a desestabilização dentro de Cuba."
O ditador disse ter informações
sobre o financiamento dado pelo
Escritório de Interesses dos EUA
em Cuba à APSC (Assembléia para a Promoção da Sociedade Civil), cujos atos criticou severamente. "O povo revolucionário
não permitirá que a oposição
avance nem mais um milímetro."
A líder da APSC, Marta Beatriz
Roque, e outros 30 dissidentes foram detidos na semana passada
por organizarem um protesto em
frente à Embaixada da França em
Havana. Nove deles continuam
detidos.
"Não cessaremos as manifestações nas ruas. Não pretendemos
avançar um milímetro, e sim muito mais", reagiu Angel Polanco,
porta-voz da APSC.
Com agências internacionais
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