São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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Explosões matam 16 pessoas e ferem 154 em Istambul

Duas bombas seqüenciais provocaram pânico no bairro popular de Gungoren

Ataque ocorreu na véspera de julgamento sobre o premiê turco e seu partido, o AK; nenhum grupo havia reivindicado a autoria


DA REDAÇÃO

Duas explosões mataram ontem à noite pelo menos 16 pessoas e feriram outras 154 em Istambul, cidade mais populosa da Turquia. As bombas, colocadas em latas de lixo em Gungoren, um bairro popular, foram detonadas em um intervalo de dez minutos, por volta das 22h locais (16h em Brasília).
Segundo o vice-primeiro-ministro turco Hayati Yazici, 15 dos feridos corriam risco de morte. A maioria das pessoas foram atingidas pelo segundo ataque após correrem ao local -uma zona de pedestres onde o movimento é grande, mesmo à noite- para ver o que acontecera e ajudar as vítimas da primeira bomba.
"A primeira explosão não foi tão forte", disse Huseyin Senturk, dono de uma loja de sapatos na vizinhança. "Muita gente veio ver o que estava acontecendo. Foi quando ocorreu a segunda explosão, que feriu muitos curiosos." A primeira bomba explodiu em uma cabine telefônica e a segunda foi detonada a poucos metros.
Para o chefe do governo local, Muammer Guler, não há dúvidas de que se tratou de um atentado terrorista. A primeira explosão provavelmente visou atrair mais pessoas para o local. "O fato de que havia uma multidão na área aumentou o número de vítimas", disse Guler.
Imagens exibidas pelas TVs locais mostraram o pânico dos moradores. Pessoas ensangüentadas e desorientadas corriam em todas as direções, entre vidros quebrados, roupas e manequins destroçados. A polícia isolou o local das explosões.

Julgamento
Hoje, começa na Turquia o julgamento no Tribunal Constitucional que pode determinar a ilegalidade do partido governista AK, legenda islamista de centro-direita. O procurador-geral acusa o AK de violar o secularismo imposto pela legislação. Ele pede a dissolução do partido e a proibição de que o premiê Tayyip Erdogan e outros 70 políticos ingressem em outras legendas por cinco anos.
Ainda não se sabe se há relação entre os atentados e o julgamento. No passado recente, o país foi alvo de atentados de militantes islâmicos e de separatistas curdos, organizados no PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
Nenhum grupo tinha assumido a autoria das explosões até o fechamento desta edição. Os investigadores examinam imagens captadas por câmeras de vigilância. Fontes militares citadas por TVs locais e pela americana CNN afirmam que o PKK é o principal suspeito.


Com agências internacionais


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