São Paulo, terça-feira, 28 de julho de 2009

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EUA resistem à pressão de Israel sobre o Irã

Ao lado de chefe do Pentágono, ministro da Defesa israelense diz que "todas as opções estão na mesa"

Comissária-geral de agência de refugiados relata dificuldade para fazer doações chegarem à área

Dan Balilty/Associated Press
Em Jerusalém, ativistas de direita protestam contra a pressão dos EUA pelo congelamento de colônias judaicas na Cisjordânia

DA REDAÇÃO

As desavenças entre os governos dos EUA e de Israel sobre as políticas para o Irã poucas vezes foram mostradas tão abertamente quanto ontem: enquanto o secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, indicava em visita a Jerusalém que será mantido o prazo de até setembro para que Teerã aceite dialogar, seu colega israelense, Ehud Barak, dizia a seu lado que a opção militar contra o rival está na mesa.
Israel estima que o Irã poderá construir uma bomba nuclear em até três anos -Teerã nega que seu programa nuclear tenha fins militares.
"Não acho que faz qualquer sentido a este ponto ficar falando a respeito [do programa nuclear iraniano]. Claramente acreditamos que nenhuma opção deve ser descartada. É nossa política, e recomendamos a outros que adotem a mesma posição", afirmou Barak.
O chefe do Pentágono, que também se encontrou com o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, em Jerusalém, reiterou as esperanças do presidente Barack Obama de que os iranianos aceitem dialogar. Mas, para acalmar os ânimos, disse que os EUA "estão muito conscientes da possibilidade de os iranianos simplesmente estarem deixando o prazo se esgotar". Segundo ele, Washington pressionará por novas e mais duras sanções da ONU contra o Irã caso a política não surta efeito.
Além de Gates, também se reúnem com israelenses nesta semana George Mitchell, enviado especial dos EUA ao Oriente Médio; o general James Jones, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca; e Dennis Ross, assessor especial para o Irã e o golfo Pérsico.
A quantidade e a relevância dos enviados dos EUA geraram especulações sobre um novo plano para o Irã, mas Washington diz que é "coincidência".
Além do programa iraniano, o congelamento das colônias judaicas na Cisjordânia, pedido por Obama e rejeitado por Netanyahu, também cria divergências. Esse ponto, previsto no Mapa do Caminho -plano de paz dos EUA que norteia as negociações-, é tratado mais firmemente por Mitchell.
Ontem, após reunião na Cisjordânia com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mitchell pediu a Israel que tome a difícil decisão de lidar com as colônias, que na Cisjordânia já abrigam mais de 300 mil pessoas. Cerca de 1.500 pessoas protestaram em frente à casa de Netanyahu em Jerusalém contra a pressão dos EUA.


Com agências internacionais

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