|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Greve eleva pressão sobre presidente sul-africano
Serviços básicos foram afetados por paralisação de 150 mil funcionários
Jacob Zuma, que assumiu a Presidência em maio, tem enfrentado protestos por melhores condições sociais e por geração de empregos
Siphiwe Sibeko/Reuters
|
|
Grevistas pedemaumento salarial em protesto que reuniu 5.000
pessoas em Johannesburgo
DA REDAÇÃO
Uma greve de cerca de 150
mil funcionários públicos na
África do Sul prejudicou ontem
serviços básicos como transporte, eletricidade e coleta de
lixo, aumentando a pressão sobre o governo do presidente Jacob Zuma, que foi alvo de uma
onda de violentos protestos de
rua na última semana.
A greve é vista como uma disputa de forças entre o governo
de Zuma -que assumiu em
maio- e os sindicatos de trabalhadores, que o apoiaram na
eleição e agora pressionam por
mais gastos sociais e aumentos
salariais de 15% como forma de
compensação pela crise econômica e a inflação, responsáveis
pela primeira recessão do país
em 17 anos.
A ajuda aos pobres foi uma
das principais promessas de
campanha de Zuma.
Ontem, um grupo de 5.000
trabalhadores, alguns vestindo
camisetas que diziam "lutando
para sobreviver", marchou pelas ruas de Johannesburgo, deixando pilhas de lixo pelas ruas.
Protestos semelhantes ocorreram em Pretória e Cidade do
Cabo. Na cidade de Polokwane,
no norte do país, a polícia reprimiu os manifestantes com balas de borracha.
Em resposta, o partido governante, Congresso Nacional
Africano (CNA), disse que "a
desordem ou a violência não resolverão disputas salariais".
A população, enquanto isso,
enfrentou problemas para usar
os já deficientes serviços públicos -centenas de passageiros
ficaram a pé no polo de negócios de Johannesburgo quando
os ônibus pararam de funcionar, ontem.
Dale Forbes, representante
de um dos sindicatos em greve,
disse à BBC acreditar que a população apoia a paralisação.
"Eles [cidadãos] querem ver
mudanças dramáticas nos serviços prestados -o que deve
começar com melhorias nas
condições dos trabalhadores."
Outro dirigente declarou que
a paralisação pode continuar
por prazo indeterminado.
Impulsionadas por movimentos sociais formados no
pós-apartheid, as manifestações recentes em bairros pobres sul-africanos foram motivadas pela deficiência em serviços essenciais e desemprego.
Ainda que o fim da segregação institucionalizada tenha
feito emergir uma classe média
negra, o país não conseguiu superar a desigualdade social, e a
concentração de renda cresceu
10% em relação ao período do
apartheid (1948-1994).
Com agências internacionais
Texto Anterior: Status consultivo: ONG brasileira defenderá nas Nações Unidas direitos de gays Próximo Texto: Frase Índice
|