São Paulo, terça-feira, 28 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Greve eleva pressão sobre presidente sul-africano

Serviços básicos foram afetados por paralisação de 150 mil funcionários

Jacob Zuma, que assumiu a Presidência em maio, tem enfrentado protestos por melhores condições sociais e por geração de empregos

Siphiwe Sibeko/Reuters
Grevistas pedemaumento salarial em protesto que reuniu 5.000
pessoas em Johannesburgo


DA REDAÇÃO

Uma greve de cerca de 150 mil funcionários públicos na África do Sul prejudicou ontem serviços básicos como transporte, eletricidade e coleta de lixo, aumentando a pressão sobre o governo do presidente Jacob Zuma, que foi alvo de uma onda de violentos protestos de rua na última semana.
A greve é vista como uma disputa de forças entre o governo de Zuma -que assumiu em maio- e os sindicatos de trabalhadores, que o apoiaram na eleição e agora pressionam por mais gastos sociais e aumentos salariais de 15% como forma de compensação pela crise econômica e a inflação, responsáveis pela primeira recessão do país em 17 anos.
A ajuda aos pobres foi uma das principais promessas de campanha de Zuma.
Ontem, um grupo de 5.000 trabalhadores, alguns vestindo camisetas que diziam "lutando para sobreviver", marchou pelas ruas de Johannesburgo, deixando pilhas de lixo pelas ruas. Protestos semelhantes ocorreram em Pretória e Cidade do Cabo. Na cidade de Polokwane, no norte do país, a polícia reprimiu os manifestantes com balas de borracha.
Em resposta, o partido governante, Congresso Nacional Africano (CNA), disse que "a desordem ou a violência não resolverão disputas salariais".
A população, enquanto isso, enfrentou problemas para usar os já deficientes serviços públicos -centenas de passageiros ficaram a pé no polo de negócios de Johannesburgo quando os ônibus pararam de funcionar, ontem.
Dale Forbes, representante de um dos sindicatos em greve, disse à BBC acreditar que a população apoia a paralisação. "Eles [cidadãos] querem ver mudanças dramáticas nos serviços prestados -o que deve começar com melhorias nas condições dos trabalhadores."
Outro dirigente declarou que a paralisação pode continuar por prazo indeterminado.
Impulsionadas por movimentos sociais formados no pós-apartheid, as manifestações recentes em bairros pobres sul-africanos foram motivadas pela deficiência em serviços essenciais e desemprego.
Ainda que o fim da segregação institucionalizada tenha feito emergir uma classe média negra, o país não conseguiu superar a desigualdade social, e a concentração de renda cresceu 10% em relação ao período do apartheid (1948-1994).


Com agências internacionais


Texto Anterior: Status consultivo: ONG brasileira defenderá nas Nações Unidas direitos de gays
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.