São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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Sakineh poderá ser morta por enforcamento, diz Promotoria

Condenação por assassinato teria precedência sobre adultério

DA EFE

A Promotoria do Irã anunciou ontem que Sakineh Mohamadi Ashtiani, 43, acusada de adultério e de ser a coautora no assassinato do seu marido, foi condenada à morte também pelo segundo crime, que prevê pena de morte por enforcamento.
Em declarações à agência oficial iraniana Mehr, o procurador-geral do país, Gholam Husein Mohseni Ejei, afirmou que a condenação pelo assassinato guardaria precedência sobre a condenação por suposto adultério.
A informação, se confirmada, indica que Sakineh pode ser morta por enforcamento, em vez de o ser por apedrejamento, como prevê a pena para caso de traição.
Sakineh foi presa em 2006 acusada de ter um caso com o suposto autor do assassinato do seu marido, ao lado de um comparsa. A iraniana foi então condenada a 99 chibatadas pelas "relações ilícitas com estranhos" e à morte pelo adultério no casamento.
Sub judice desde então, a condenação a apedrejamento ganhou repercussão internacional neste ano, dando origem a uma campanha envolvendo líderes e celebridades em defesa de Sakineh.
O anúncio de Ejei indica que o apedrejamento poderá não ocorrer, mas a condenação por coautoria de assassinato é motivo de divergência entre as autoridades iranianas pelo menos desde julho.
O caso obteve repercussão justamente em meio ao recrudescimento das relações entre o Irã e as potências nucleares, que aplicaram nova rodada de sanções ao país em junho, na ONU, devido a suspeitas sobre suposto caráter militar do seu programa nuclear -o que Teerã nega.
Na semana passada, o presidente Mahmoud Ahmadinejad acusou a imprensa de instrumentalizar o caso para engrossar as críticas ao Irã e de esconder caso similar nos EUA -que resultou na morte de mulher na última quinta.


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