São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Dois palestinos morrem em ação em Nablus

Homem-bomba mata 3 soldados israelenses em posto de gasolina

DA ""ASSOCIATED PRESS"

Um terrorista palestino suicidou-se e matou três soldados israelenses no domingo, quando a bomba que carregava explodiu durante uma luta corporal com soldados num posto de gasolina no assentamento judaico de Ariel, na Cisjordânia.
O homem-bomba veio da vizinha cidade de Nablus, que as forças israelenses mantêm sob toque de recolher há meses. Ele teria atravessado a pé ou de alguma outra maneira os 15 quilômetros de colinas rochosas entre Nablus, no norte da Cisjordânia, e o posto de gasolina situado na entrada do assentamento de Ariel, um dos maiores da Cisjordânia.
"Terrorista suicida, terrorista suicida", gritou uma mulher quando o atacante surgiu pela entrada dos fundos do posto e aproximou-se de um grupo de soldados. Um frentista do posto e três soldados pularam sobre o homem e o jogaram ao chão, enquanto ele se preparava para detonar a bomba com um arame que segurava na mão, contou o comandante de polícia da Cisjordânia, Shahar Ayalon.
Durante a disputa, dois israelenses atiraram contra o atacante, atingindo-o na cabeça e no abdome, segundo testemunhas. Um dos homens que atirou -o estudante Shahar Keshet, que enchia seu tanque no posto- disse que a bomba explodiu quando uma bala atingiu o atacante no abdome.
Ayalon disse que apenas uma pessoa disparou contra o atacante e que os explosivos foram detonados no mesmo momento em que a bala atingiu o palestino. Exames forenses vão tentar determinar se foi o atacante ou as balas que detonaram a bomba.
Três pessoas que lutavam com o atacante morreram, incluindo um major, um tenente e outro oficial, e 20 ficaram feridas.
O grupo militante islâmico Hamas reivindicou o ataque e identificou o atacante como Mohammed Bustami, 22, estudante universitário em Nablus.
Os 20 mil residentes de Ariel são protegidos por segurança reforçada. Como Ariel é a maior comunidade israelense na área, seu posto de gasolina é um ponto de passagem de soldados a caminho de suas bases, no início da semana de trabalho.
"Como espectadora, a Autoridade Palestina fica parada e não faz nada, enquanto terroristas palestinos continuam a travar uma campanha de terror contra civis israelenses", disse David Baker, do gabinete do primeiro-ministro Ariel Sharon. Israel acusa a Autoridade Palestina de recusar-se a reprimir os militantes envolvidos nos ataques.
Liderada por Arafat, a Autoridade Palestina condena os atentados suicidas mas diz que suas forças de segurança não têm condições de agir contra os militantes, já que as ações militares de Israel, incluindo a tomada da maioria das cidades palestinas na Cisjordânia, enfraqueceram gravemente suas forças.
Em Nablus, algumas horas após o ataque, tropas israelenses mataram a tiros dois palestinos armados, se bem que os dois lados tenham discordado quanto às circunstâncias. O Exército disse que soldados tentavam efetuar prisões quando foram alvejados e revidaram, matando os dois palestinos. Testemunhas palestinas disseram que os soldados mataram os dois homens, ambos militantes conhecidos, e depois fugiram numa van sem placa.


Tradução de Clara Allain

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