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AMÉRICA DO SUL
Motivo é derrota eleitoral do governo
Colômbia fala em cortar gastos e elevar impostos após referendo
DA REDAÇÃO
O governo colombiano falou
ontem em aumentos de impostos
e cortes de gastos públicos como
consequência da derrota no referendo do último sábado sobre
medidas econômicas e políticas.
No principal revés do presidente Álvaro Uribe desde sua eleição,
em maio do ano passado, a maior
parte das 15 questões colocadas
em votação não deveria ter a participação mínima de 25% do eleitorado. O governo pretendia economizar US$ 7 bilhões em sete
anos com o pacote de medidas.
Os resultados finais poderão
sair só na quinta-feira, mas um
item crucial como congelar salários e aposentadorias do setor público parecia que não teria o quórum mínimo. Outra questão importante, a diminuição do número de vagas no Congresso, já estava fadada a ser invalidada. Faltava
ser concluída 2% da apuração. Segundo projeções, só três ou quatro itens deveriam ser aprovados.
Outro revés para Uribe foi o rival de esquerda Luis Eduardo
Garzón, o Lucho, virar prefeito de
Bogotá, o segundo cargo mais importante no país. Garzón, do PDI
(Pólo Democrático Independente), superou o candidato do presidente, o direitista Juan Lozano.
Uribe esperava que a popularidade obtida com a linha-dura no
combate aos grupos de guerrilha,
que chegou a 75% de aprovação
recentemente, fosse levar ao sucesso do referendo e forçar o Congresso a dar o aval às medidas. O
presidente argumentava que elas
evitariam um colapso da economia e combateriam a corrupção.
O ministro do Interior, Fernando Londono, foi quem falou no
que deverá ser feito agora. "Precisamos reagir ao que aconteceu. A
mais óbvia reação é uma reforma
tributária, e vamos estudar outras
ações, como cortes de gastos."
Já ouve reação do mercado. "Está crescendo a preocupação com
a capacidade de Uribe de fazer as
reformas que tem prometido",
disse o analista Ejike Uzoigwe.
Por outro lado, o eleito em Bogotá já esteve com Uribe e falou
num "cenário de colaboração".
Sua eleição, a primeira de um esquerdista na capital, e de outros
do mesmo espectro são vistas como a criação de um espaço para a
esquerda democrática, em detrimento da luta armada, e um novo
sinal de fraqueza dos tradicionais
partidos Liberal e Conservador.
Com agências internacionais
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