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São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2003

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AMÉRICA DO SUL

Motivo é derrota eleitoral do governo

Colômbia fala em cortar gastos e elevar impostos após referendo

DA REDAÇÃO

O governo colombiano falou ontem em aumentos de impostos e cortes de gastos públicos como consequência da derrota no referendo do último sábado sobre medidas econômicas e políticas.
No principal revés do presidente Álvaro Uribe desde sua eleição, em maio do ano passado, a maior parte das 15 questões colocadas em votação não deveria ter a participação mínima de 25% do eleitorado. O governo pretendia economizar US$ 7 bilhões em sete anos com o pacote de medidas.
Os resultados finais poderão sair só na quinta-feira, mas um item crucial como congelar salários e aposentadorias do setor público parecia que não teria o quórum mínimo. Outra questão importante, a diminuição do número de vagas no Congresso, já estava fadada a ser invalidada. Faltava ser concluída 2% da apuração. Segundo projeções, só três ou quatro itens deveriam ser aprovados.
Outro revés para Uribe foi o rival de esquerda Luis Eduardo Garzón, o Lucho, virar prefeito de Bogotá, o segundo cargo mais importante no país. Garzón, do PDI (Pólo Democrático Independente), superou o candidato do presidente, o direitista Juan Lozano.
Uribe esperava que a popularidade obtida com a linha-dura no combate aos grupos de guerrilha, que chegou a 75% de aprovação recentemente, fosse levar ao sucesso do referendo e forçar o Congresso a dar o aval às medidas. O presidente argumentava que elas evitariam um colapso da economia e combateriam a corrupção.
O ministro do Interior, Fernando Londono, foi quem falou no que deverá ser feito agora. "Precisamos reagir ao que aconteceu. A mais óbvia reação é uma reforma tributária, e vamos estudar outras ações, como cortes de gastos."
Já ouve reação do mercado. "Está crescendo a preocupação com a capacidade de Uribe de fazer as reformas que tem prometido", disse o analista Ejike Uzoigwe.
Por outro lado, o eleito em Bogotá já esteve com Uribe e falou num "cenário de colaboração". Sua eleição, a primeira de um esquerdista na capital, e de outros do mesmo espectro são vistas como a criação de um espaço para a esquerda democrática, em detrimento da luta armada, e um novo sinal de fraqueza dos tradicionais partidos Liberal e Conservador.


Com agências internacionais

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