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O IMPÉRIO VOTA - RETA FINAL
Partido de Bush dificilmente perde hegemonia entre deputados e tem chances maiores de prevalecer sobre democratas no Senado
Congresso deve manter-se republicano
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Independentemente do resultado da eleição dos EUA na próxima terça-feira, é bastante provável que o próximo Congresso
americano continue dominado
pelo Partido Republicano do presidente George W. Bush.
Na Câmara dos Representantes
(deputados), que está nas mãos
dos republicanos há dez anos, isso
é praticamente certo.
No Senado, especialistas estimam em 70% as chances dos republicanos conservarem uma
maioria, mesmo que muito apertada como a atual. Hoje, os republicanos têm 51 cadeiras no Senado. Os democratas, 49.
Das 100 cadeiras do Senado, 34
estão em jogo neste pleito (19 democratas e 15 republicanas).
Além de ter de defender mais vagas, 10 das 19 cadeiras do Partido
Democrata em jogo representam
Estados onde Bush ganhou a eleição de 2000 contra o democrata
Al Gore. Das 15 vagas republicanas em jogo, Gore venceu em 3
Estados que elas representam.
"Os democratas estão no meio
do que chamamos de "mapa hostil", que forma um quadro muito
mais amigável para os republicanos", diz Jennifer Duffy, especialista em eleições parlamentares.
Para piorar o cenário, 5 das 19
vagas democratas em jogo no Senado estão "em aberto", ou seja,
não têm candidatos à reeleição,
mas novos aspirantes.
Historicamente, mais de 90%
dos senadores que tentam se reeleger nos EUA são bem-sucedidos. Essas mesmas cinco vagas
são todas do sul e em Estados onde Bush venceu no pleito de 2000.
Os democratas chegaram a convocar candidatos bem mais à direita para tentar enfrentar os republicanos. Na Carolina do Sul, a
democrata Inez Tenenbaum
apoiou a Guerra do Iraque e o Patriot Act e é a favor da pena de
morte e do banimento constitucional do casamento gay. Todas
posições republicanas.
Na prática, das 34 cadeiras do
Senado em jogo hoje, a disputa está muito acirrada em 9.
Há duas chances, pequenas, de
os democratas retomarem o Senado: 1) vencer em 6 desses 9 Estados e chegar a 50 cadeiras se
John Kerry for eleito presidente,
pois o vice-presidente dos EUA
tem o "voto de minerva" em situações de empate; ou 2) vencer
em 7 dos 9 Estados, chegando a 51
cadeiras, se Bush ganhar.
"A chance republicana é de
70%, mas eles só terão uma maioria mais folgada que a atual se tiverem um resultado eleitoral
muito bom", afirma Duffy.
Na Câmara, os republicanos detêm a maioria por 227 a 205, e estão bem mais confortáveis.
"Acredito que não exista nenhuma chance no mundo de
ocorrer uma mudança na Câmara", afirma Charles E. Cook, publisher do The Cook Political Report, uma das mais respeitas publicações de política dos EUA.
Nesse cenário, uma eventual
reeleição de Bush na próxima terça terá caminho aberto no Congresso para mudanças que promete, como a simplificação de impostos.No caso de uma vitória de
Kerry, o democrata terá de conviver com um Congresso hostil e
demandando concessões.
Os republicanos também tendem a levar vantagem nos pleitos
estaduais do atual ciclo eleitoral.
Dos 50 Estados americanos, 11 (6
democratas e 5 republicanos) vão
disputar eleições no dia 2.
Os EUA têm hoje 28 governadores republicanos e 22 democratas.
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