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Campanha apela por libertação de blogueiros
Anistia Internacional cita casos de iraniano preso e chinês censurado
ONG também critica provedores que concordam com restrições à circulação de informação exigidas por regimes antidemocráticos
ANDREW GUMBEL
DO "INDEPENDENT", EM LOS ANGELES
A Anistia Internacional lançou ontem uma campanha em
defesa de uma categoria completamente nova de prisioneiros de consciência, os autores
de blogs e visitantes de salas de
chat na internet que são detidos por governos repressivos
porque exprimem opiniões reprovadas ou disseminam informações sensíveis online.
A organização internacional
de defesa dos direitos humanos
está instando webmasters de
todo o mundo a defenderem os
seus colegas blogueiros aprisionados em países como Irã, Tunísia, Vietnã e China -e denunciando importante provedores de serviços de internet,
como Yahoo! e Microsoft, por
fornecerem a governos estrangeiros as informações de que
estes necessitam para expurgar
os dissidentes da web.
O apelo surge na véspera da
reunião inaugural do Fórum de
Governança na Internet, conferência promovida pela ONU
em Atenas para considerar o
futuro da comunicação online
com temas que variam da liberdade de expressão à segurança
e aos direitos de propriedade
intelectual.
"Pessoas foram aprisionadas
apenas por expressarem suas
opiniões em um e-mail ou site",
disse Steve Ballinger, da Anistia. "Sites e blogs foram fechados e firewalls instalados para
impedir o acesso a informações. Empresas restringiram
buscas na internet a fim de negar a usuários o acesso a informações que governos repressivos não desejavam que elas recebessem."
A Anistia está lançando um
apelo urgente em defesa de um
blogueiro iraniano chamado
Kianoosh Sanjari, que foi detido no começo do mês depois de
ter relatado em seu blog confrontos entre as forças de segurança do país e seguidores de
um líder religioso xiita chamado aiatolá Boroujerdi. "Ele está
preso e incomunicável e tememos que esteja sofrendo risco
de tortura ou maus tratos", disse a Anistia.
Alguns governos recorreram
a mecanismos de filtragem e
bloqueio para manter o conteúdo político indesejado fora da
internet, afirmou a Anistia. A
Anistia destacou o comportamento do Alibaba, parceiro chinês do Yahoo!, que, segundo a
organização, forneceu informações usadas para processar
o jornalista Shi Tao, o que resultou em sentença de prisão
de 10 anos para ele, por "fornecer segredos de Estado ilegalmente a entidades estrangeiras". Shi enviou a um site norte-americano informações sobre os planos do governo chinês para restringir a cobertura
do aniversário do massacre na
praça Tiananmen, em 1989.
A Anistia criticou a Microsoft
por ceder à exigência chinesa
de que restringisse a liberdade
de expressão em seu serviço de
blogs MSN Spaces, entre outras
coisas ao remover de seus servidores o blog de Zhao Jing, um
pesquisador do "New York Times". A Anistia também aderiu
aos críticos que reprovaram a
decisão do Google de lançar
uma versão censurada de seu
serviço de buscas, para o mercado da China.
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