São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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LEMBRANÇA
Jogadores de 50 ainda se reúnem

do enviado especial

Roque Maspoli, 82, era o goleiro da seleção uruguaia que derrotou o Brasil por 2 a 1 no Maracanã no trágico (para os brasileiros) 16 de julho de 1950, na final da Copa do Mundo do Brasil.
Maspoli faz questão de comentar a injustiça cometida contra seu colega de profissão Barbosa, o goleiro brasileiro que ficou marcado para sempre pelos dois gols que tomou.
"Foi lamentável o que ocorreu com ele", afirmou Maspoli à Folha. "Quando ganhamos uma partida, ganhamos todos. Quando perdemos, perdemos todos."
Maspoli lembra da enorme festa que o Maracanã lotado fazia após o gol brasileiro, no início do segundo tempo. Mas diz que, quando os uruguaios viraram a partida, o silêncio total do público afetou também os jogadores brasileiros, que não souberam reagir ao segundo gol de Ghiggia.
"Era possível sentir no campo a tristeza dos brasileiros, que pareciam não conseguir mais jogar", lembra ele. Outra lembrança marcante da final foi o que ocorreu no dia seguinte.
A equipe uruguaia foi andando do hotel até a Embaixada do Uruguai no Rio (então a capital brasileira) para festejar o título. No caminho, foi aplaudida pelos brasileiros na rua.
"Isso hoje não aconteceria, os tempos mudaram, infelizmente", diz Maspoli, que atuou 15 anos no Peñarol, principal equipe uruguaia, e depois teve bem-sucedida carreira de técnico. Diferentemente de Barbosa, que nunca se recuperou da derrota e hoje vive graças à ajuda do Vasco, seu ex-clube.
Maspoli, Miguez, Schiaffino (autor do primeiro gol uruguaio) e Perez, que jogaram a final de 50, costumam se reunir todo dia 16 de julho para lembrar aqueles dias de glória.
Alguns jogadores brasileiros, como o grande Zizinho, chegaram a participar da confraternização em Montevidéu. "Nós os convidamos, e alguns vieram."
Maspoli já andou metido na política, militando no Partido Colorado, do candidato Jorge Batlle, que tem seu voto garantido na eleição de hoje. (SM)


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