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Governista defende volta de líder deposto
DA ENVIADA A PORTO PRÍNCIPE
O candidato governista
à Presidência, Jude Célestin, escolheu uma área
próximo ao aeroporto para
fazer o maior dos seus comícios, na quinta. O lugar
foi o último usado pelo
presidente deposto Jean
Bertrand Aristide antes de
partir para o exílio (2004).
Célestin defendeu a volta de Aristide ao país -embora seu padrinho político, René Préval, tenha sido escorregadio sobre o tema em seu mandato.
A movimentação mostra que não é desprezível a
força que ainda detém o
Lavalas, o movimento político de Aristide. Formalmente, o Lavalas foi excluído da eleição de hoje,
ainda que vários candidatos reivindiquem representar o deposto.
Para o Conselho para
Assuntos Hemisféricos,
"think tank" voltado à
América Latina com sede
nos EUA, a ausência do
símbolo do partido é um
elemento importante para
pulverizar os votos ligados
a Aristide.
O principal beneficiário
da exclusão seria o próprio
governo, nascido do Lavalas.
Aristide, exilado na
África do Sul, é um dos
símbolos da conturbada
história haitiana de 1987
para cá, com fim da ditadura Duvalier. Ele foi eleito em 91 e deposto por golpe de Estado meses depois. Em 94, foi reposto no
cargo pela força militar
americana e terminaria
seu mandato em 96.
Foi quando levou seu
então apadrinhado René
Préval à Presidência.
Em 2001, Aristide voltou
a ser eleito, para mais vez
ser derrocado em 2004. Já
com a chancela das forças
da ONU instaladas no
país, Préval voltaria ao poder nas eleições de 2006.
Se de fato o atual presidente entregar o poder a
um sucessor eleito em fevereiro, será a segunda vez
em 206 anos que o Haiti terá alternância de poder
conforme a Constituição.
O primeiro país independente da América Latina teve 22 Constituições,
três monarquias, 40 chefes de Estado -mas só 6
terminaram os mandatos.
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