São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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Referendo na Suíça decide se imigrantes devem ser expulsos

Estrangeiros que cometam crimes, como mortes e roubos, podem ser deportados

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

A Suíça realiza hoje um referendo e deve aprovar uma lei que obriga a expulsão de todos os imigrantes que cometam crimes: de assassinatos a roubos, passando por fraude para obter benefícios do governo. A medida inclui cidadãos europeus.
A proposta é do SVP (Partido do Povo Suíço), de extrema direita. Segundo pesquisas, cerca de 58% dos eleitores são a favor.
O governo, preocupado com a repercussão internacional e com o receio de violar acordos com a União Europeia, tenta uma opção mais branda.
Os imigrantes seriam deportados, mas os casos seriam estudados e respeitariam as leis internacionais.
A Suíça, que não faz parte da UE, tem um acordo que permite a livre circulação de suíços e dos cidadãos dos 27 países do bloco.
O SVP diz que a proposta do governo permitiria recursos judiciais demorados e o adiamento das expulsões.
Pelo projeto, o expulso deixa o país assim que cumprir a pena e fica proibido de voltar à Suíça por um prazo de 5 a 20 anos.
A campanha pelo voto voltou a utilizar um cartaz que mostra uma ovelha negra sendo chutada para fora do país por ovelhas brancas. O cartaz, usado nas eleições de 2007, rendeu ao SVP acusações de racismo.
O referendo acontece um ano depois de outro também polêmico que proibiu a construção de minaretes (torres de mesquitas).
Na ocasião, a Suíça foi criticada por, segundo os detratores, não respeitar a liberdade religiosa.
O SVP é hoje o maior partido político na Suíça.
No início do ano passado, ele esteve envolvido no caso da brasileira Paula Oliveira, que depois foi condenada sob acusação de forjar um ataque neonazista.
Na época, Paula disse que havia sido atacada por skinheads, que teriam marcado com faca em suas pernas as iniciais SVP. Ela também afirmou que estava grávida e que tinha sofrido aborto por causa dos chutes sofridos.
Segundo a família, Paula pagou a multa a que foi condenada e voltou a morar no Brasil no início deste ano.


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