São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

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ARGENTINA

Terrorismo de Estado é anterior à ditadura, diz Justiça argentina

BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES

A Justiça argentina decidiu pela primeira vez que os crimes cometidos pela organização terrorista de ultradireita Triple A (Aliança Anticomunista Argentina) antes do início da última ditadura militar (1976-1983), no governo democrático de Isabelita Perón, são delitos contra a humanidade e, desse modo, nunca vão prescrever.
Se o entendimento prevalecer em todas as instâncias, isso significa que, embora tenham sido praticados na década de 70, os crimes atribuídos ao grupo (entre 600 e 2.000 assassinatos) poderão levar a julgamentos e condenações ainda hoje.
O juiz federal Norberto Oyarbide, que avalia processo sobre 11 homicídios -entre eles o do professor Silvio Frondizi (irmão do ex-presidente argentino Arturo Frondizi) e o do deputado Rodolfo Ortega Peña-, entendeu que o terrorismo de Estado já existia na época do governo de Isabelita. De acordo com o magistrado, as ações da organização foram "montadas dentro do aparelho do Estado, sob amparo e garantia de impunidade".
Será pedida à Espanha a extradição de Rodolfo Almiron, tido como um dos chefes militares da Triple A e acusado de homicídios. O comandante-chefe da operação, o então ministro do Bem-Estar Social José López Rega -"o Bruxo"-, morreu em 1989 aos 73 anos.


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