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PAQUISTÃO CONFLAGRADO
Para a Índia, rival histórica, Benazir era "insubstituível"
Nas reações a assassinato, líderes manifestam temor de mais instabilidade regional
Conselho de Segurança da ONU se reúne às pressas para condenar o atentado; assessor de Lula diz que crime chocou presidente
DA REDAÇÃO
Países de todos os continentes expressaram preocupação
com o assassinato da ex-primeira-ministra paquistanesa
Benazir Bhutto. O crime levou
Manmohan Singh, premiê da
Índia (país com quem o Paquistão divide uma tensão histórica
na região da Caxemira), a uma
demonstração de pesar.
"Fiquei profundamente chocado e horrorizado ao ouvir sobre esse assassinato atroz. Com
a morte dela, o subcontinente
perdeu uma liderança extraordinária que trabalhou pela democracia e pela reconciliação
em seu país", afirmou Singh.
Classificando-a como "insubstituível", o indiano sublinhou que Bhutto lutou por melhores relações entre os dois
países, que já se enfrentaram
em três guerras e possuem armamentos nucleares.
O Conselho de Segurança da
ONU realizou reunião em caráter de urgência por duas horas,
a portas fechadas. O resultado
foi a aprovação unânime de um
texto em que "o terrorismo em
todas as suas formas e manifestações constitui uma das mais
sérias ameaças para a paz e a segurança no mundo".
O conselho denunciou vigorosamente a morte de Bhutto
como um golpe "potencialmente grave para a estabilidade na
região" e que exige justiça.
Em todo o mundo, líderes
ecoaram manifestações de repúdio e pedidos por estabilidade na região, como os do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Mesmo em férias no Egito, ele
liberou nota qualificando o crime de "ato odioso". A França
foi um dos muitos países que
pediram que as eleições legislativas locais, marcadas para 8 de
janeiro, sejam mantidas.
O governo brasileiro manifestou pesar e preocupação
com a morte da ex-premiê, segundo o assessor especial para
assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
"Estive com o presidente e
ele está muito chocado com esse acontecimento. Temos preocupação de que a situação no
Paquistão se deteriore, pois essa é uma zona nevrálgica no
mundo", disse Garcia.
Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo manifesta
"profunda consternação",
"enérgica condenação e repúdio a qualquer ato de terrorismo" e "convicção no diálogo".
Com agências internacionais
Colaborou a Sucursal de Brasília
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