São Paulo, sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

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PAQUISTÃO CONFLAGRADO

Para a Índia, rival histórica, Benazir era "insubstituível"

Nas reações a assassinato, líderes manifestam temor de mais instabilidade regional

Conselho de Segurança da ONU se reúne às pressas para condenar o atentado; assessor de Lula diz que crime chocou presidente

DA REDAÇÃO

Países de todos os continentes expressaram preocupação com o assassinato da ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto. O crime levou Manmohan Singh, premiê da Índia (país com quem o Paquistão divide uma tensão histórica na região da Caxemira), a uma demonstração de pesar.
"Fiquei profundamente chocado e horrorizado ao ouvir sobre esse assassinato atroz. Com a morte dela, o subcontinente perdeu uma liderança extraordinária que trabalhou pela democracia e pela reconciliação em seu país", afirmou Singh.
Classificando-a como "insubstituível", o indiano sublinhou que Bhutto lutou por melhores relações entre os dois países, que já se enfrentaram em três guerras e possuem armamentos nucleares.
O Conselho de Segurança da ONU realizou reunião em caráter de urgência por duas horas, a portas fechadas. O resultado foi a aprovação unânime de um texto em que "o terrorismo em todas as suas formas e manifestações constitui uma das mais sérias ameaças para a paz e a segurança no mundo".
O conselho denunciou vigorosamente a morte de Bhutto como um golpe "potencialmente grave para a estabilidade na região" e que exige justiça.
Em todo o mundo, líderes ecoaram manifestações de repúdio e pedidos por estabilidade na região, como os do presidente francês, Nicolas Sarkozy. Mesmo em férias no Egito, ele liberou nota qualificando o crime de "ato odioso". A França foi um dos muitos países que pediram que as eleições legislativas locais, marcadas para 8 de janeiro, sejam mantidas.
O governo brasileiro manifestou pesar e preocupação com a morte da ex-premiê, segundo o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
"Estive com o presidente e ele está muito chocado com esse acontecimento. Temos preocupação de que a situação no Paquistão se deteriore, pois essa é uma zona nevrálgica no mundo", disse Garcia.
Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo manifesta "profunda consternação", "enérgica condenação e repúdio a qualquer ato de terrorismo" e "convicção no diálogo".


Com agências internacionais
Colaborou a Sucursal de Brasília



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