|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Venezuela diz que resgate pode ocorrer até o domingo
Hora do início da operação de libertação de reféns depende de Chávez, diz diplomata
Missão de resgate de três reféns em poder das Farc será acompanhada por repórteres escolhidos pelo governo venezuelano
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Um dia após ter recebido o
aval da Colômbia, o governo venezuelano intensificou ontem
a organização do resgate de três
reféns em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia). Embora a expectativa em Caracas seja a de que
a missão deslanche ainda hoje,
o governo Hugo Chávez advertiu que a operação pode atrasar
até domingo.
O vice-chanceler venezuelano para a América do Sul, Rodolfo Sanz, disse ontem à emissora estatal VTV que a operação ocorrerá "entre sexta [hoje]
e domingo. "A idéia é que [os
seqüestrados] recebam o Ano
Novo com as suas famílias." Segundo ele, a hora do início do
resgate "é competência e potestade exclusiva do comandante
presidente Hugo Chávez".
Ao longo do dia de ontem, os
observadores internacionais
começaram a chegar a Caracas
para participar do resgate. O
enviado brasileiro, o assessor
internacional do presidente
Lula, Marco Aurélio Garcia,
aterrissou na capital venezuelana no final da tarde.
Já o ex-presidente argentino
Néstor Kirchner tinha a chegada prevista para o início da noite, no que será a sua primeira
incumbência oficial desde que
transferiu o poder à sua mulher, Cristina Fernández. Observadores dos governos de
Equador, Cuba, França e Bolívia também deverão participar
da missão de resgate.
A missão, batizada de "operação transparência" por Chávez,
será ainda acompanhada por
um batalhão de repórteres escolhido pelo Ministério das Comunicações, reforçando o forte
tom midiático dado pelo presidente venezuelano ao longo de
sua participação nas negociações com as Farc.
Todos devem ser levados de
Caracas a um aeroporto próximo da fronteira colombiana.
Dali, a missão partirá em helicópteros e aviões identificados
com o símbolo da Cruz Vermelha Internacional -única exigência feita pelo governo colombiano- até a cidade de Villavicencio (100 km de Bogotá).
Em seguida, haverá outra
missão aérea para buscar os seqüestrados, que finalmente deverão ser levados ao território
venezuelano.
A decisão das Farc de libertar
três reféns foi tornada pública
no último dia 18, em gesto de
"desagravo" ao presidente Chávez, cuja mediação nas negociações entre a guerrilha e Bogotá
foi interrompida no mês passado pelo presidente colombiano,
Álvaro Uribe. O fim abrupto
provocou a mais grave crise diplomática entre os dois países
dos últimos 20 anos.
Os três reféns a ser liberados
são Clara Rojas, assessora da
ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, ambas seqüestradas em 2002, a ex-deputada
Consuelo Gonzalez, levada um
ano antes, e Emmanuel, de apenas 3 anos, nascido em cativeiro e filho de Rojas e de um
membro das Farc.
Texto Anterior: Bolívia: Oposicionistas marcam data para encontro com Morales Próximo Texto: Para Brasil, mais reféns podem ser liberados depois Índice
|