DA REDAÇÃO

Centenas de árabes israelenses protestaram contra os ataques da Força Aérea de Israel na faixa de Gaza, em manifestações e confrontos com policiais em comunidades espalhadas por todo o país, informa o jornal "Haaretz".
Em Jerusalém Oriental, dezenas de jovens colocaram fogo em latas de lixo e atiraram pedras contra a polícia. Um manifestante foi preso.
Em outro distrito de Jerusalém Oriental, um policial ficou levemente ferido por um árabe israelense que o atingiu com seu carro. O motorista, que tinha antecedentes criminais, foi preso pouco depois.
No campo de refugiados de Beitar Illit, na Cisjordânia, uma criança de três anos ficou ferida depois de ter sido acertado por uma pedra lançada por um manifestante.
E, no campo de refugiados de Shuafat, centenas de pessoas atiraram pedras nas forças de segurança. No vilarejo beduíno de Rahat, no deserto do Negev, cerca de 400 moradores se manifestaram contra a ofensiva.
O Hadash, partido de esquerda de Israel predominantemente árabe, fez um ato em Nazaré para protestar contra a operação israelense.
O líder do partido, Mohammed Barekeh, pediu ao governo para que "cesse imediatamente o crime na faixa de Gaza".
"A escalada não vai trazer o silêncio e a calma. É inconcebível para o povo palestino de Gaza viver entre a fome e os bombardeios", disse Barekeh ao Haaretz. Ele lembra que os fatos acontecem a poucas semanas das eleições gerais em Israel e pode haver motivação política no ataque. "O governo e o ministro da Defesa estão tentando ganhar capital político em um período eleitoral em cima do derramamento de sangue dos palestinos", afirmou.
De acordo com um levantamento da CIA, agência de inteligência norte-americana, 23,6% dos 7 milhões de habitantes de Israel são não-judeus, a maior parte dos quais são árabes. Cerca de 180 mil árabes vivem em Jerusalém Oriental.