São Paulo, terça-feira, 28 de dezembro de 2010

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Sobreviventes de massacre no país reclamam justiça

CAROLINA MONTENEGRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM NAIRÓBI


A acusação pela Promotoria do TPI (Tribunal Penal Internacional) de políticos quenianos pela morte de mais de 1.220 pessoas, apesar de representar um passo no combate a impunidade, foi vista com desconfiança e ceticismo por vítimas da matança.
Por causa da onda de violência que durou dois meses, cerca de 650 mil quenianos fugiram para outras regiões do país, tornando-se deslocados internos. A maioria ainda não voltou para suas casas por temor de retaliações e falta de assistência.
"Não é apenas uma questão de punir os líderes envolvidos. Queremos que sejam julgadas as pessoas que estupraram, mataram ou agrediram", disse Jane Njeri, mãe de dois filhos que mora em um campo improvisado em Bondo, no oeste do Quênia.
Entre os sobreviventes e as ONGs envolvidas com o problema, é constante a reivindicação por mecanismo local que julgue indivíduos que participaram da matança.
"Sem esse tipo de justiça, é impossível haver paz e segurança para as pessoas poderem voltar para seus lares. E até a estabilidade da eleição presidencial de 2012 é comprometida", disse Kefa Magenyi, coordenador da Rede Nacional de deslocados.
Desde o ano passado, o governo do Quênia começou a pagar indenizações às vítimas, num valor equivalente a até R$ 400. Também foi criado um programa de assentamento para assistir e financiar a compra de novas propriedades.
"Alguns deslocados receberam indenizações, mas a maioria prefere permanecer no novo local onde se abrigou. Ainda há muito medo de novos episódios de violência", afirma a analista política do Escritório da ONU em Nairóbi, Jane Some.


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