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Israel condiciona abertura de Gaza a soltura de soldado
Exigência foi anunciada a enviado dos EUA à região
DA REDAÇÃO
O premiê israelense, Ehud
Olmert, recebeu ontem o enviado dos EUA para o Oriente
Médio, George Mitchell, revelando uma nova condição para
a reabertura das passagens na
faixa de Gaza: a libertação do
cabo Gilad Shalit, sequestrado
pelo Hamas em 2006. Israel
voltou a alvejar túneis ligando
Gaza ao Egito.
A nova exigência de Israel para o cumprimento da principal
reivindicação do grupo islâmico para um cessar-fogo permanente revela as resistências que
Mitchell tem encontrado. O giro pela região é a primeira ação
do governo Obama em relação
ao conflito israelo-palestino.
Shalit foi sequestrado em junho de 2006 do lado israelense
da fronteira com Gaza por um
túnel escavado pelas Brigadas
Al Qassam (braço armado do
Hamas). O episódio motivou
resposta militar israelense.
A condição imposta por Olmert foi de pronto rejeitada pelo líder no exílio do Hamas,
Khaled Meshaal, baseado na Síria. Segundo Meshaal, a libertação de Shalit não está condicionada à abertura das fronteiras,
e sim à libertação de prisioneiros do Hamas por Israel.
O enviado americano chegou
a Israel depois de encontrar o
ditador egípcio Hosni Mubarak, líder das negociações por
um cessar-fogo permanente.
De Olmert, em Jerusalém, ouviu ainda que uma trégua permanente no conflito encerrado
no dia 18 depende do fim dos
disparos de foguetes e da repressão ao tráfico de armas pela fronteira egípcia -utilizada
também pelos palestinos para
obter comida e furar o rigoroso
bloqueio israelense.
Segundo funcionário israelense ouvido pela Associated
Press, Olmert disse a Mitchell
que o poder do Hamas em Gaza
"deve diminuir" e Mahmoud
Abbas -presidente da Autoridade Nacional Palestina e líder
do Fatah, considerado o interlocutor palestino legítimo por
Israel, EUA e União Europeia-
deve ter presença na região.
Mitchell voltou a defender
um cessar-fogo baseado na repressão ao contrabando na
fronteira egípcia, com participação da ANP e de monitores
europeus, e na reabertura das
passagens para Gaza.
Em relatório de 2001, Mitchell propôs, além do combate,
pelos palestinos, do terrorismo,
a interrupção da expansão dos
assentamentos na Cisjordânia
e em Jerusalém Oriental -nos
dois territórios ocupados desde
1967, há mais de 400 mil colonos israelenses. Ontem, o grupo pacifista israelense Paz Agora disse que, só em 2008, 1.257
novas unidades residenciais foram construídas na Cisjordânia, um aumento de 57% em relação a 2007. Hoje, Mitchell encontrará Abbas na Cisjordânia.
Israel voltou a bombardear
túneis na fronteira de Gaza
com o Egito ontem em retaliação à morte de um soldado israelense na véspera por uma
bomba acionada por controle
remoto -reivindicada por uma
milícia ligada ao Hamas. O ministro da Defesa, Ehud Barak,
cancelou viagem a Washington
devido a "incidentes de segurança ao sul".
À noite, o primeiro foguete
desde o início da trégua foi disparado de Gaza a Israel, que
respondeu com mais bombardeios na parte sul do território.
Com agências internacionais
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