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Bombardeios de Israel matam mais 20 na faixa de Gaza
Cinco crianças e jovens são alvejados em campo de futebol; vítimas no território controlado pelo Hamas chegam a 31
Grupo radical palestino lança mísseis iranianos Katyusha contra Israel; anteontem, israelense morreu atingido em Sderot
DA REDAÇÃO
No segundo dia consecutivo
de bombardeios israelenses
contra a faixa de Gaza, pelo menos 20 palestinos morreram
ontem, entre eles cinco crianças e adolescentes que jogavam
futebol em Jabaliya.
O governo israelense descartou invadir Gaza com tanques e
blindados, como exigem alguns
chefes militares, mas reiterou
que os ataques aéreos continuarão até que o grupo extremista Hamas, que controla Gaza desde junho do ano passado,
cesse os disparos de mísseis
contra o território de Israel.
Além dos foguetes Qassam,
militantes do Hamas lançaram
ontem dezenas de mísseis iranianos Katyusha que, graças ao
alcance de 22 km, atingiram a
cidade israelense de Ashkelon,
até então poupada pelos ataques. Um dos disparos atingiu
um prédio residencial, ferindo
uma adolescente.
A escalada da violência começou anteontem, depois que
um bombardeio de Israel deixou 11 mortos em Gaza, incluindo cinco membros do Hamas que supostamente acabavam de voltar do Irã, onde teriam recebido treinamento para o manuseio de mísseis Katyusha. Entre os mortos também estava um bebê de seis meses, que foi enterrado ontem.
O Hamas revidou lançando
foguetes Qassam contra a cidade israelense de Sderot, matando um pai de família que estava
em uma universidade.
Desde então, os bombardeios
de Israel contra Gaza deixaram
um total de 31 mortos. Uma das
vítimas de ontem era o filho de
Khalil Al Haya, dirigente do
Hamas. "Agradeço a Deus. Este
é o décimo membro da minha
família que recebe a honra do
martírio", disse Al Haya.
Outro bombardeio ocorreu
perto da casa de Ismail Haniyeh, líder do Hamas em Gaza e
ex-primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina
(ANP), com quem rompeu relações após disputa sobre o controle de Gaza. Haniyeh está na
clandestinidade, temendo ser
morto por um ataque de Israel.
Numa declaração surpreendente, o presidente da ANP,
Mahmoud Abbas, insinuou que
não descarta a possibilidade de
recorrer à resistência armada a
Israel, com quem vem mantendo conversas de paz. A um jornal jordaniano Abbas disse que
atualmente se opõe à resistência armada porque os palestinos não têm condições de enfrentar Israel, mas insistiu em
que "talvez no futuro as coisas
sejam diferentes".
No Japão, o premiê israelense, Ehud Olmert, reuniu-se
com a secretária de Estado dos
EUA, Condoleezza Rice, que
responsabilizou o Hamas pela
violência. Rice não se pronunciou sobre os 31 palestinos
mortos nos bombardeios dos
últimos dias.
Com agências internacionais
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