São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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Bombardeios de Israel matam mais 20 na faixa de Gaza

Cinco crianças e jovens são alvejados em campo de futebol; vítimas no território controlado pelo Hamas chegam a 31

Grupo radical palestino lança mísseis iranianos Katyusha contra Israel; anteontem, israelense morreu atingido em Sderot

DA REDAÇÃO

No segundo dia consecutivo de bombardeios israelenses contra a faixa de Gaza, pelo menos 20 palestinos morreram ontem, entre eles cinco crianças e adolescentes que jogavam futebol em Jabaliya.
O governo israelense descartou invadir Gaza com tanques e blindados, como exigem alguns chefes militares, mas reiterou que os ataques aéreos continuarão até que o grupo extremista Hamas, que controla Gaza desde junho do ano passado, cesse os disparos de mísseis contra o território de Israel.
Além dos foguetes Qassam, militantes do Hamas lançaram ontem dezenas de mísseis iranianos Katyusha que, graças ao alcance de 22 km, atingiram a cidade israelense de Ashkelon, até então poupada pelos ataques. Um dos disparos atingiu um prédio residencial, ferindo uma adolescente.
A escalada da violência começou anteontem, depois que um bombardeio de Israel deixou 11 mortos em Gaza, incluindo cinco membros do Hamas que supostamente acabavam de voltar do Irã, onde teriam recebido treinamento para o manuseio de mísseis Katyusha. Entre os mortos também estava um bebê de seis meses, que foi enterrado ontem.
O Hamas revidou lançando foguetes Qassam contra a cidade israelense de Sderot, matando um pai de família que estava em uma universidade.
Desde então, os bombardeios de Israel contra Gaza deixaram um total de 31 mortos. Uma das vítimas de ontem era o filho de Khalil Al Haya, dirigente do Hamas. "Agradeço a Deus. Este é o décimo membro da minha família que recebe a honra do martírio", disse Al Haya.
Outro bombardeio ocorreu perto da casa de Ismail Haniyeh, líder do Hamas em Gaza e ex-primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), com quem rompeu relações após disputa sobre o controle de Gaza. Haniyeh está na clandestinidade, temendo ser morto por um ataque de Israel.
Numa declaração surpreendente, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, insinuou que não descarta a possibilidade de recorrer à resistência armada a Israel, com quem vem mantendo conversas de paz. A um jornal jordaniano Abbas disse que atualmente se opõe à resistência armada porque os palestinos não têm condições de enfrentar Israel, mas insistiu em que "talvez no futuro as coisas sejam diferentes".
No Japão, o premiê israelense, Ehud Olmert, reuniu-se com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, que responsabilizou o Hamas pela violência. Rice não se pronunciou sobre os 31 palestinos mortos nos bombardeios dos últimos dias.


Com agências internacionais


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