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Taxa de população presa é recorde nos EUA
Segundo estudo, 1 em cada 99,1 adultos no país está atrás das grades; índice é maior entre negros e hispânicos
ADAM LIPTAK
DO "NEW YORK TIMES"
Pela primeira vez na história
dos EUA, mais de 1 em cada 100
adultos americanos se encontra atrás das grades, revelou um
novo relatório.
A população carcerária em
todo o país aumentou em 25
mil pessoas no ano passado,
chegando a quase 1,6 milhão.
Outras 723 mil pessoas estão
detidas em cadeias locais. Como o número de adultos americanos é de aproximadamente
230 milhões, isso significa que 1
em cada 99,1 adultos está atrás
das grades.
Os índices de encarceramento são ainda mais altos em alguns grupos da população. De
acordo com o Departamento da
Justiça de 2006, 1 em cada 36
adultos hispânicos está atrás
das grades. A situação é a mesma para 1 em cada 15 adultos
negros e para 1 em cada nove
homens negros na faixa dos 20
aos 34 anos de idade.
Divulgado pelo Centro Pew
(Pew Center on the States), o
relatório constatou que apenas
1 em cada 355 mulheres brancas de 35 a 39 anos de idade está
encarcerada, mas que, no caso
das negras, esse número é de 1
em cada 100.
A metodologia usada no estudo difere da que é empregada
pelo Departamento de Justiça,
que calcula o índice de encarceramento usando como denominador a população total, e
não a adulta. Quando se emprega a metodologia oficial, o resultado obtido é 1 em cada 130
americanos presos.
De uma maneira ou outra,
disse Susan Urahn, diretora administrativa do Centro Pew,
"não estamos conseguindo desse nível de encarceramento o
retorno esperado em termos de
segurança pública".
Custos em alta
"Somos um país em que o encarceramento representa uma
resposta fácil à criminalidade",
prosseguiu. "A intransigência
com o crime é uma posição fácil
de se assumir, especialmente
quando se tem o dinheiro para
isso. E, nos anos 1980 e 1990,
nós tivemos esse dinheiro."
Hoje, disse o relatório, com
menos recursos à disposição
dos Estados, os custos do sistema penitenciário causam rombos nos orçamentos estaduais
-que gastam em média quase
7% com esse item, taxa que só
perde para saúde, educação e
transportes.
Em 2007, segundo a Associação Nacional dos Planejadores
Orçamentários Estatais, os Estados gastaram US$ 44 bilhões
com o sistema. Levando-se em
conta a inflação, é um aumento
de 127% em relação a 1987.
Em 2005, o ano mais recente
para o qual existem dados disponíveis, o custo médio anual
de cada detento era US$ 23,8
mil, mas os valores variam muito de Estado para Estado.
O custo do atendimento médico aos presidiários aumenta
10% ao ano, segundo o relatório, e deve aumentar com o envelhecimento dos presos.
O estudo recomendou que os
infratores não-violentos não
cumpram pena em prisão e que
infrações de condicional que
sejam técnicas ou pouco importantes sejam punidas com
penas alternativas.
Outra sugestão do texto é que
os Estados estudem antecipar a
soltura de alguns presos menos
perigosos.
Tradução de CLARA ALLAIN
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