São Paulo, sábado, 29 de março de 2008

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Testemunhas descrevem refém à beira da morte

DA REDAÇÃO

O drama do cativeiro da franco-colombiana Ingrid Betancourt começou a ganhar aspectos ainda mais dramáticos diante de relatos, feito pelo defensor público colombiano, Vólmar Pérez, e por moradores, de que a guerrilha teria buscado atendimento médico para a refém em um vilarejo do sul colombiano.
O jornal colombiano "Hoy" publicou ontem que integrantes das Farc aproveitaram-se da suspensão das ações militares colombianas na região por conta da da libertação de um grupo de seqüestrados em 27 de fevereiro para levar a refém, que sofre de leishmaniose e hepatite B, a um posto de saúde.
"Alguém me disse que suas características físicas não distam muito da das crianças da Somália", disse Volmar Pérez anteontem, aumentando o clamor pela libertação imediata .
Nas cartas enviadas à mãe e aos filhos, datadas de outubro de 2007, Betancourt demonstra que sua percepção do mundo está abalada. E que suas forças se esvaem. Conta que anda com dificuldade e lhe custa acompanhar o grupo nas caminhadas pela floresta.
No início do cativeiro, que já leva mais de seis anos, disse que fazia exercícios físicos e até nadava. Mas, agora, não sente vontade. Parou de comer, perdeu o apetite, enquanto seus cabelos caem. Por fim, admite que sua morte "seria um alívio para todo mundo".
O texto começa com o seguinte cabeçalho: "Selva colombiana, quarta-feira, 24 de outubro, às 8h34, uma manhã chuvosa, como a minha alma".
O ex-senador Luis Eladio Pérez, do grupo libertado pela guerrilha em fevereiro, também reforçou os relatos de que o quadro de Betancourt, deprimida e sob maus tratos da guerrilha, era uma luta contra o tempo. Ele cobra do governo uma "solução política" para a questão.


Com agências internacionais


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