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Cuba libera compra de celulares, em concessão a "classe média"
Serviço será restrito a quem pode pagar com pesos conversíveis, moeda turística
DA REDAÇÃO
O governo cubano liberou
ontem a compra e uso de telefones celulares, até então restritos a estrangeiros, empresas e
funcionários públicos. A medida é mais uma concessão à
"classe média" emergente que,
trabalhando em setores ligados
ao turismo, acumula dólares e
pesos conversíveis, mas sofre
com as restrições ao consumo.
Alguns já driblavam a legislação, registrando os aparelhos
em nome de estrangeiros ou de
seus locais de trabalho. A liberação era "uma medida óbvia",
disse o universitário Jofre Valdes, 23. "Eles terão que agir
mais desse jeito e acabar com
os 1.001 obstáculos que tornam
amarga a vida em Cuba."
Empossado há um mês após
a renúncia do irmão Fidel, Raúl
Castro, 76, prometeu suspender o "excesso de regulamentos
e proibições" na ilha e aumentar o acesso a bens de consumo.
Em abril, entra em vigor a
anunciada liberação para a já
compra de aparelhos de DVD e
computadores -embora o
acesso à internet siga controlado, o que o governo justifica citando limitações no sistema de
cabos, resultantes do embargo
comercial imposto pelos EUA.
A medida beneficia um número restrito de cubanos. Pagos em pesos conversíveis, tanto os bens quanto o serviço telefônico continuarão fora do alcance dos que recebem seus salários em peso cubano -cada
peso conversível equivale a 24
pesos cubanos.
A Etecsa (Empresa das Telecomunicações de Cuba S. A.)
disse que a expansão da oferta é
resultado de um programa de
investimentos possibilitado
pela obtenção de créditos e tecnologias com países amigos. O
sistema funcionará por meio de
cartões pré-pagos e permitirá
ao usuário fazer e receber ligações internacionais. A empresa
prevê que os que já possuem celular de "maneira indireta"
possam mudar a titularidade.
Com agências internacionais
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