São Paulo, sábado, 29 de março de 2008

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Cuba libera compra de celulares, em concessão a "classe média"

Serviço será restrito a quem pode pagar com pesos conversíveis, moeda turística

DA REDAÇÃO

O governo cubano liberou ontem a compra e uso de telefones celulares, até então restritos a estrangeiros, empresas e funcionários públicos. A medida é mais uma concessão à "classe média" emergente que, trabalhando em setores ligados ao turismo, acumula dólares e pesos conversíveis, mas sofre com as restrições ao consumo.
Alguns já driblavam a legislação, registrando os aparelhos em nome de estrangeiros ou de seus locais de trabalho. A liberação era "uma medida óbvia", disse o universitário Jofre Valdes, 23. "Eles terão que agir mais desse jeito e acabar com os 1.001 obstáculos que tornam amarga a vida em Cuba."
Empossado há um mês após a renúncia do irmão Fidel, Raúl Castro, 76, prometeu suspender o "excesso de regulamentos e proibições" na ilha e aumentar o acesso a bens de consumo. Em abril, entra em vigor a anunciada liberação para a já compra de aparelhos de DVD e computadores -embora o acesso à internet siga controlado, o que o governo justifica citando limitações no sistema de cabos, resultantes do embargo comercial imposto pelos EUA.
A medida beneficia um número restrito de cubanos. Pagos em pesos conversíveis, tanto os bens quanto o serviço telefônico continuarão fora do alcance dos que recebem seus salários em peso cubano -cada peso conversível equivale a 24 pesos cubanos.
A Etecsa (Empresa das Telecomunicações de Cuba S. A.) disse que a expansão da oferta é resultado de um programa de investimentos possibilitado pela obtenção de créditos e tecnologias com países amigos. O sistema funcionará por meio de cartões pré-pagos e permitirá ao usuário fazer e receber ligações internacionais. A empresa prevê que os que já possuem celular de "maneira indireta" possam mudar a titularidade.


Com agências internacionais


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