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IRAQUE OCUPADO
Maior parte dos entrevistados acha que guerra fez mais mal que bem, mas aprova derrubada de Saddam
Iraquianos querem retirada já, diz pesquisa
DA REDAÇÃO
Apenas um terço dos iraquianos acha que a ocupação americana está fazendo bem ao país, e
uma maioria sólida é favorável a
uma retirada imediata das forças
de coalizão lideradas pelos EUA,
apesar de se sentir ameaçada caso
isso venha a acontecer.
São alguns dos destaques de
uma pesquisa "USA Today"/
CNN/Gallup com cerca de 3.500
iraquianos realizada entre 22 de
março e 9 de abril, antes mesmo
do agravamento dos conflitos
com rebeldes xiitas e sunitas.
O levantamento revela sentimentos conflitantes. Por um lado,
61% dos iraquianos acham que,
apesar de todos as dificuldades e
sofrimentos, valeu a pena tirar o
ex-ditador Saddam Hussein do
poder. Por outro lado, 46% dos
entrevistados acham que a invasão americana trouxe mais mal
do que bem -contra 33% que
pensam o contrário.
Para 42% dos iraquianos, o Iraque está melhor após a invasão,
mas 39% acham que está pior.
Como a margem de erro é de dois
pontos percentuais, para cima ou
para baixo, há empate técnico.
Mas há otimismo diante das perspectivas pessoais: 51% acham que
sua família está melhor, contra
25% que vêem uma piora.
Esse é o mais amplo levantamento sobre a opinião dos iraquianos desde a invasão do país,
em março de 2003. Mostra uma
sólida maioria a favor da retirada
imediata das tropas da coalizão:
57% são a favor da saída imediata
e 36% preferem a permanência
por mais tempo. Entretanto, 53%
dos iraquianos dizem que se sentiriam menos seguros caso os
americanos saíssem.
O levantamento traz dados que
mostram o crescente grau de desgaste em relação às tropas ocupantes: 71% as definiram como
"de ocupação", contra 19% que as
vêem como "de libertação".
Ao serem questionados sobre
como viam as tropas dos EUA por
ocasião da invasão do país, 43%
as descreveram como "de libertação" e 43% como "de ocupação".
Os iraquianos reprovam os esforços de reconstrução conduzidos pelos EUA. Para 44%, as forças de ocupação não estão tentando restaurar serviços básicos como fornecimento de eletricidade
e de água potável. Outros 41%
vêem esforços limitados.
Em fevereiro passado, a Oxford
Research International havia realizado uma pesquisa com cerca de
1.600 iraquianos para a TV BBC.
Os resultados mostravam que a
presença americana era vista como necessária. Para 35,8%, elas
deveriam permanecer no país até
a posse de um novo governo iraquiano. Apenas 15,1% defendiam
a retirada imediata.
Entrevistado pelo jornal americano "USA Today", o empresário
xiita Salam Ahmed, 30, parece um
bom exemplo da opinião predominante no Iraque hoje. "Não sou
mal-agradecido por eles terem
deposto Saddam Hussein", disse.
"Mas o trabalho já foi feito. Muito
obrigado e até a próxima. Bye-bye."
Com agências internacionais
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