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EUA e Irã trocam acusações em Bagdá
Em encontro histórico e sem resultados significativos sobre o Iraque, Washington exige que Teerã retire apoio a milícias
Casa Branca acusa iranianos de armarem milícias xiitas no país vizinho; Teerã oferece ajuda, mas chama ocupação de ineficiente
Mark Wilson/France Presse/Getty Images
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Militar observa nos EUA túmulo de soldados mortos no Iraque |
DA REDAÇÃO
Um histórico encontro de diplomatas iranianos e americanos de alto escalão, realizado
ontem em Bagdá, foi palco para
exigências dos EUA e propostas
do Irã, mas acabou sem progressos significativos.
O embaixador dos EUA no
Iraque, Ryan Crocker, e sua
equipe reuniram-se durante
quatro horas com o embaixador iraniano naquele país, Hassan Kazemi Qomi, e seus auxiliares. O encontro, no gabinete
do premiê iraquiano, Nouri al
Maliki, teve como tema a instabilidade e a violência no Iraque
e foi descrito por ambos os embaixadores como "positivo".
Crocker pediu que o Irã suspenda o apoio logístico que dá a
milícias xiitas no Iraque, as
quais combatem tanto as forças
de segurança iraquianas quanto os soldados da coalizão liderada pelos EUA -que acusam o
Irã de municiar essas milícias.
Teerã nega as acusações.
Já os diplomatas iranianos
afirmaram que a presença dos
EUA no Iraque trata-se de ocupação e que os esforços para
equipar e treinar as forças de
segurança iraquianas têm sido
inadequados. O embaixador
iraniano declarou ainda que
seu país se oferece para treinar
e equipar a polícia e o Exército
iraquianos e propôs um mecanismo de coordenação da segurança no Iraque, o qual incluiria Irã, EUA e Bagdá.
Irã e Iraque travaram uma
sangrenta guerra entre 1980 e
1988, mas Teerã ainda tem fortes laços e exerce influência sobre a comunidade xiita do país
vizinho -que corresponde a
60% da população do país.
O embaixador dos EUA respondeu às críticas e afirmou
que levará a Washington a proposta iraniana, da qual ninguém deu detalhes.
"No campo político, os dois
lados concordaram em apoiar e
fortalecer o governo iraquiano", afirmou o embaixador Qomi, acrescentando que um novo encontro foi marcado para
daqui a a um mês -informação
não confirmada pelos americanos. Segundo os diplomatas, ficaram fora da pauta desse encontro temas delicados, como o
programa nuclear iraniano.
A reunião em Bagdá foi a primeira de alto nível entre Teerã
e Washington desde abril de
1980, quando os EUA cortaram
laços diplomáticos com o Irã,
em resposta à revolução Islâmica e à subseqüente invasão
da embaixada americana em
Teerã por um grupo de estudantes que fez seus ocupantes
de reféns.
A idéia de envolver Teerã na
busca de uma solução para os
problemas de segurança no Iraque foi sugerida ao governo
Bush pelo Grupo de Estudos
Iraquianos, bipartidário, no
início deste ano, e inicialmente
rechaçada pelo presidente.
Com agências internacionais
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