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Taleban ameaça novos atentados em grandes cidades paquistanesas
Em retaliação à ofensiva no Swat, grupo assume autoria de ataque contra base do serviço secreto e promete mais terror antes de explosões em série matarem 13
DA REDAÇÃO
No mesmo dia em que assumiu a autoria do atentado contra o complexo de segurança de
Lahore, que deixou 30 mortos
anteontem, o Taleban ameaçou
atacar grandes cidades paquistanesas em retaliação à ofensiva do Exército na região do vale
do Swat.
Horas depois, explosões sequenciais mataram 13 paquistaneses e feriram cerca de cem
pessoas em dois pontos do país.
Um líder regional do Taleban
exortou moradores de quatro
cidades, entre elas Lahore (segunda maior do país) e a capital, Islamabad, a abandonarem
suas casas, como fizeram os habitantes do Swat e distritos vizinhos. Desde o início do mês,
quando foi deflagrada a operação contra o Taleban, 2,4 milhões de civis fugiram da região,
segundo estimativa da ONU.
"Queremos que o povo de Lahore, Rawalpindi, Islamabad e
Multan deixe essas cidades,
pois planejamos grandes ataques nos próximos dias", ameaçou Hakimullah Mehsud, um
dos líderes da facção paquistanesa do Taleban, à Reuters.
"Nosso alvo são as Forças de
Segurança, que estão matando
inocentes no Swat e em áreas
vizinhas", afirmou Mehsud,
que disse lamentar a morte de
civis no atentado de Lahore.
A ofensiva contra o Taleban,
lançada em resposta ao avanço
do grupo nas cercanias da capital paquistanesa, já provocou
1.190 baixas entre os insurgentes, estima o Exército. Não há
dados sobre as vítimas civis.
Apesar da promessa de poupar civis feita por Mehusud,
duas bombas explodiram no final da tarde em um mercado de
Peshawar, capital da conflagrada Província da Fronteira Noroeste, vizinha ao Afeganistão.
Foi o atentado mais violento do
dia, que matou ao menos seis
pessoas e feriu cerca de 70.
"Foi um estouro repentino.
Tudo em volta pegou fogo, e
uma nuvem de fumaça tomou o
céu", descreveu o lojista Khair
Uddin, atingido nas mãos e peito por estilhaços. Dois suspeitos de planejar o atentado morreram baleados por policiais, e
outro foi detido no local.
Menos de meia hora depois
do ataque ao mercado, um homem-bomba explodiu um posto de controle na entrada da cidade, matando quatro policiais.
Em Dera Ismail Khan, um
ataque ao posto próximo à prefeitura matou um policial, dois
civis e deixou 16 feridos.
As ameaças não vão barrar o
cerco ao Taleban no Swat, segundo o Exército paquistanês.
O governo provincial anunciou
ontem que 90 mil alunos do
Swat, Dir e Bunner passarão de
ano na escola sem realizar os
exames finais, indicando que
não há previsão para o fim dos
combates.
Os militares têm planos de
expandir operações até o Waziristão, também tomado por insurgentes pashtuns, grupo étnico que habita o cinturão tribal paquistanês e é majoritário
no vizinho Afeganistão.
A ofensiva tem respaldo da
Casa Branca, que considera a
estabilização do Paquistão vital
para a segurança afegã.
Removido do poder no Afeganistão com a invasão dos
EUA de 2001, o Taleban tem se
expandido no Paquistão, onde
atua como rede de milícias semiautônomas, chefiadas por líderes tribais pashtuns.
Com agências internacionais
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