General norte-coreano afirma que península está "à beira da guerra"

Premiê chinês diz que Pequim ainda avalia a situação, mas que não defenderá responsáveis por naufrágio de navio

DA ASSOCIATED PRESS, EM SEUL

A Coreia do Norte acusou ontem a Coreia do Sul de ter falsificado o afundamento de um de seus navios de guerra, e disse que a península Coreana está se aproximando cada vez mais de uma guerra.
Pyongyang fizera declarações semelhantes via mídia estatal após uma investigação multinacional apontar que um torpedo disparado por um de seus submarinos era responsável pelo mais grave ataque sofrido por militares sul-coreanos desde o final da Guerra da Coreia.
Desta vez, porém, a declaração foi realizada em uma das raríssimas entrevistas coletivas concedidas na Coreia do Norte, por um integrante uniformizado da sigilosa Comissão Nacional de Defesa, presidida pelo ditador Kim Jong-il.
A tensão cresceu ainda mais desde que a Coreia do Sul anunciou uma série de medidas punitivas, e prometeu levar Pyongyang ao Conselho de Segurança da ONU.
"Esses confrontos hostis à Coreia do Norte são uma declaração aberta de guerra contra nós e um ato criminal extraordinário que conduz o relacionamento intercoreano à beira da guerra", disse o major-general Pak Rim-su.
Já a China, tradicional aliada do recluso regime, adotou posição cautelosa, em meio a esforços de Coreia do Sul, EUA e Japão por uma condenação a Pyongyang.
O premiê chinês Wen Jiabao, em visita a Seul, disse que seu país "não defenderá qualquer pessoa" responsável pelo afundamento assim que Pequim venha a aceitar -após avaliar a situação por conta própria- que foi isso que aconteceu.
Wen, o presidente Lee Myung-bak, da Coreia do Sul, e o premiê japonês, Yukio Hatoyama, devem realizar uma reunião trilateral hoje e amanhã em Jeju, uma ilha sul-coreana.


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