São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011

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Pacto não oferece garantias, dizem ONGs

DA ENVIADA A TEGUCIGALPA

Triunfo político do ex-presidente -e da diplomacia regional-, o acordo para a volta de Zelaya a Honduras não tem garantias jurídicas para o ex-mandatário, não pune os golpistas nem os violadores de direitos humanos.
Quem protesta é um conjunto de ONGs locais e do exterior que exige que a Organização dos Estados Americanos imponha condições para Honduras voltar à entidade.
O grupo lembra o alarmante recorde do país na matéria: do golpe até agora, nada menos que 11 jornalistas foram assassinados, e as contas totais, somando mortes de defensores de direitos humanos e líderes camponeses, alcançam ao menos o dobro.
A votação na OEA será na quarta, e a possibilidade de que o apelo seja acatado é remota. Só o Equador defende que o acordo fechado entre Zelaya e o atual presidente hondurenho, Porfirio Lobo, não basta para reintegração.
"Sou um dos 300 professores suspensos pelo atual governo por decreto, em represália a greve. Não há garantias para exercer a oposição. A volta de Zelaya é só o início. É um acordo que não nos satisfaz por completo", diz a líder sindical Janina Parada.
Viviana Krsticevic, diretora da ONG Cejil, lembra que juízes destituídos por protestar contra o golpe não foram reintegrados. "E os golpistas não só não foram punidos como foram premiados."
Os chefes da Corte Suprema e do Ministério Público, que comandaram o que Krsticevic chama de "complô institucional" contra o ex-presidente, continuam em seus cargos, aponta ela.
Os pró-acordo, como o Brasil, alegam que o acompanhamento externo servirá de salvaguarda a Zelaya. (FM)


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