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Israel amplia a ofensiva em Gaza e faz alerta à Síria
Tropas repetem a invasão pelo norte, e aviação sobrevoa palácio do ditador Assad
Premiê de Israel fala em "medidas extremas", e líder palestino em "crime contra a humanidade"; colono judeu desaparecido é achado morto
DA REDAÇÃO
No segundo dia da ofensiva
militar, forças israelenses invadiram ontem a faixa de Gaza
também pelo norte e efetuaram novos ataques aéreos, um
deles contra a Universidade Islâmica, depois de terem entrado na região sul na madrugada
anterior. Durante o dia, aviões
israelenses sobrevoaram a residência de verão do ditador da
Síria, Bashar Assad, fazendo
um alerta ao país para o risco de
abrigar em sua capital o líder do
grupo terrorista Hamas.
A ação em Gaza, batizada por
Israel de "Chuva de Verão",
tem o objetivo de resgatar o soldado israelense seqüestrado no
último domingo. É a primeira
operação militar em larga escala na área desde a desocupação,
no ano passado.
Aumentando a tensão, o
Exército israelense encontrou
em Ramallah (Cisjordânia) o
cadáver de um colono israelense que fora seqüestrado no domingo. O grupo palestino Comitês de Resistência Popular
(CRP) anunciara pouco depois
que havia executado Eliahu Asheri, de 18 anos. O grupo, ligado
ao Hamas, prometera matar o
jovem horas antes se Israel não
parasse a operação em Gaza.
Outro grupo palestino armado, Brigadas dos Mártires de Al
Aqsa, este ligado ao Fatah do
presidente Mahmoud Abbas,
afirmou ter seqüestrado ontem
um segundo colono israelense.
Ministro preso
O Exército israelense empreendeu várias ações na Cisjordânia em busca do colono
seqüestrado. Numa barreira
militar de Ramallah, soldados
prenderam o ministro do Trabalho, Mohammed Barghouthi. Em Qalqilya foram detidos
o prefeito, seu vice e um legislador, todos do Hamas. Pelo menos outros dois políticos foram
presos em Tulkarem.
A ofensiva retórica também
se intensificou. O premiê de Israel, Ehud Olmert, ameaçou
adotar "medidas extremas".
Abbas classificou a invasão de
"crime contra a humanidade".
Tropas e veículos blindados
israelenses assumiram posição
no aeroporto de Gaza e na cidade israelense de Nahal Oz.
Diante da iminente invasão, os
moradores das cidades fronteiriças de Beit Hanoun e Beit Lahia foram avisados por panfletos israelenses de que deveriam
deixar suas casas.
Militantes palestinos com
granadas e armas assumiram
posições em barricadas nas zonas próximas à fronteira, enquanto a população estocava
suprimentos básicos. A destruição da central elétrica de
Gaza deixou sem luz dois terços
da população, 750 mil pessoas.
Nos novos ataques aéreos,
mísseis israelenses foram disparados contra uma suposta fábrica de armas e um campo de
treinamento do Hamas na cidade de Khan Younis, depois
que palestinos dispararam seis
foguetes contra Israel. Outro
ataque atingiu a Universidade
Islâmica, reduto do Hamas, que
estava vazia.
A ação militar começou depois de terem falhado os esforços para a libertação do soldado
Gilad Shalit, 19, seqüestrado
por uma facção armada do Hamas, pelos CRP e pelo desconhecido Exército do Islã.
O Hamas exige a libertação
de prisioneiros palestinos em
troca da soltura de Shalit, o que
Israel rejeita.
"Estamos decididos a usar
medidas extremas para trazer
Gilad de volta e não temos intenção de ocupar novamente a
faixa de Gaza", disse Olmert.
"A ocupação deve pôr fim à
sua agressão antes que a situação se complique e a crise se
agrave", disse por sua vez o premiê palestino, Ismail Haniyeh.
Síria
Abbas e diplomatas egípcios
tentaram persuadir o ditador
sírio, Bashar Assad, a usar sua
influência sobre Khaled Meshal, líder do Hamas exilado em
Damasco, para conseguir a libertação. Segundo auxiliares
de Hamas, Assad concordou,
mas não obteve sucesso.
Ainda pela manhã, em uma
medida de pressão, quatro
aviões israelenses sobrevoaram em baixa altitude o palácio
de verão do ditador sírio próximo à cidade de Latakia, no noroeste do país. Segundo a TV israelense, Assad estava no palácio no momento do sobrevôo.
Um porta-voz do Exército israelense disse que o sobrevôo
ocorreu "porque o governo sírio apóia e abriga líderes terroristas, entre eles do Hamas, os
seqüestradores do soldado". A
Síria afirmou ter forçado com
disparos a retirada de dois
aviões israelenses de seu espaço aéreo e classificou a ação de
"provocativa".
A União Européia recomendou cautela e apelou a israelenses e palestinos que "recuem do
precipício". Os EUA respaldaram a ofensiva israelense, mas
pediram que a população civil
seja preservada.
Com agências internacionais
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