DE SÃO PAULO - Mais de US$ 3 bilhões destinados à reconstrução e à manutenção de tropas estrangeiras no Afeganistão deixaram o país nos últimos três anos, segundo reportagem do jornal americano "Wall Street Journal".
O valor consta de registros da alfândega do aeroporto de Cabul aos quais o jornal teve acesso. O caso está sob investigação do governo dos EUA.
Como o dinheiro foi declarado, sua remessa não é ilegal. Mas a alta quantia, equivalente a quase um quarto do PIB afegão, levanta a suspeita de que o valor tenha sido desviado da ajuda humanitária e de contratos para prover segurança e suprimentos às forças militares lideradas pelos EUA.
Segundo a reportagem, oficiais americanos acreditam que altos governantes afegãos e seus sócios sejam os responsáveis pelos desvios. Os investigadores creem também que a quantia desviada seja maior, pois nem todo dinheiro é declarado e os registros podem estar incompletos.
Entre os suspeitos pelas movimentações estão o vice-presidente do país, Mohammed Fahim, e o empresário Mahmood Karzai, irmão do presidente Hamid Karzai. Ambos negam que tenham participado do esquema.
A maior parte do dinheiro que deixa o país é movimentada por "hawalas", instituições de transferência de dinheiro que existem no mundo islâmico há séculos. O principal destino das transações é Dubai.
Acredita-se ainda que parte do montante registrado venha do tráfico de ópio e de extorsões feitas pelo Taleban.


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