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Para cortejar a Índia, Cameron adverte Paquistão
De olho em negócios com Nova Déli, premiê britânico diz que sua rival Islamabad não deve "exportar terror"
Falas são vistas como tentativa de governo conservador impulsar nova diplomacia, além de comércio com a Ásia
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em visita a Bangalore, o
premiê britânico, David Cameron, advertiu ontem o Paquistão a não "promover a
exportação do terrorismo",
em fala que deve agradar a
Índia. As ex-colônias britânicas são históricas rivais, e o
Paquistão foi acusado recentemente, em documentos vazados ao site WikiLeaks, de
elo com o Taleban.
A fala de Cameron ocorre
em meio ao esforço do Reino
Unido -que emerge devagar
de sua pior recessão em décadas- em estreitar laços comerciais com a Índia, terceira
maior economia da Ásia.
Mas as declarações do premiê também são vistas como
uma tentativa de impulsar a
diplomacia britânica, ainda
que análise da BBC aponte
que os objetivos dessa política externa de Cameron não
estejam bem claros.
Anteontem, na Turquia, o
premiê comparara a faixa de
Gaza a um "campo de prisioneiros", discurso que visava
o público turco (em maio,
uma frota majoritariamente
turca foi impedida por Israel
de ir a Gaza).
ACORDOS COMERCIAIS
O giro de Cameron pela Índia tem tônica principalmente comercial, tanto que sua
delegação inclui, além de
seis ministros, cerca de 50
empresários britânicos.
"Quero levar as relações
entre Índia e Reino Unido a
um próximo nível", disse o
premiê conservador, que governa em coalizão com os liberais-democratas, agregando que seu país está "se vendendo ao mundo com mais
vigor do que nunca".
O Reino Unido, que em
2005 era o quinto maior exportador ao mercado indiano, caiu para a 18ª posição.
Mas da visita atual já saiu um
acordo de US$ 1,1 bilhão com
uma estatal indiana, que
comprará 57 jatos militares
com tecnologia britânica.
É esperado que Cameron,
que se reunirá hoje em Nova
Déli com o premiê Manmohan Singh, peça ao indiano
que reduza suas barreiras comerciais.
Também ontem, o Reino
Unido anunciou que permitirá a exportação de tecnologia
nuclear civil aos indianos.
Quanto à insinuação de
que o Paquistão exporta o
terrorismo -o único terrorista preso nos ataques a Mumbai, em 2008, era paquistanês-, a diplomacia britânica
disse que não foi uma acusação direta de Cameron. Islamabad respondeu que "fez
inúmeros sacrifícios" no
combate a insurgentes.
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