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ARGENTINA
Afirmação foi feita à Justiça
Menem nega ter aberto contas no exterior
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
O ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) negou ontem, em depoimento à Justiça, as acusações de que tenha aberto contas bancárias no exterior entre
1991 e 1996 para depositar dinheiro que supostamente teria recebido para facilitar o contrabando de armas ao Equador e à Croácia nesse período.
O depoimento foi convocado pelo juiz federal Julio Speroni, que
agora terá dez dias para decidir se
leva adiante o processo -o que
poderia levar à decretação da prisão preventiva de Menem- ou se
encerra a causa.
Menem respondeu durante três
horas às perguntas do juiz sobre a
assinatura de um decreto que
possibilitou a venda de 75 toneladas de armamentos à Venezuela
em 1995, que depois foram desviados para o Equador -país que
estava em guerra com o Peru e sofria um embargo internacional
para a compra de armas.
Na segunda-feira, o ex-presidente se disse "tranquilo" em relação ao depoimento, uma vez
que a Corte Suprema já considerou, em 2001, não haver provas de
que Menem teria sido o responsável pelo desvio e determinou sua
libertação após cinco meses de
prisão domiciliar.
O depoimento ocorre em um
momento em que Menem tenta
se tornar o candidato do Partido
Justicialista (peronista) para a
eleição presidencial de março.
Outro processo que avança rapidamente está nas mãos do juiz
federal Norberto Oyarbide, que
analisa denúncias contra Menem
de enriquecimento ilícito e
"omissão maliciosa" de bens para
sonegar impostos.
Oyarbide, que anteontem foi informado pela Justiça suíça de que
o pedido de quebra do sigilo bancário de Menem foi recusado, disse que vai enviar à Suíça em breve
um novo requerimento para quebrar o sigilo bancário de Menem,
sua ex-mulher Zulema Yoma, sua filha Zulemita e ex-assessores.
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